segunda-feira, 23 de junho de 2014
Doce Fantasma parte 2 por Camila Bernardini
Enquanto isso a Dor é nossa fiel companhia
E a saudade um amargo lar
As lágrimas continuarão a cair
Mas no céu, um sol continuará a brilhar
Só sua ausência que me mata pouco a pouco
E me faz no mundo, desacreditar
Mas sinto que o dia de nossos corpos se encontrarem
Está a um passo de chegar...
E é exatamente essa esperança
Que me faz ter vontade de acordar
Depois de mas uma noite
Que sonhei em seus braços esta
Cada dia caminhando
Tendo certeza que mais próximo está
O dia em que seus olhos
Poderei fixamente olhar
Doce Fantasma Parte 1 por Camila Bernardini
Nota: Inspirado no filme E se fosse verdade"
Meu Doce Fantasma
Ouço um pequeno sussurro em meu ouvido
O relógio anuncia meia noite
e voce está aqui
Minha grande vontade era de tocá-la, sentí-la
Mas meu corpo não encontra o seu....
Te vejo tão perto, desesperada para sentí-la
Mas tento te abraçar e num segundo vc já desapareceu
Tento conseguir explicar
Compreender que não passa de alucinação
Mas sua presença é tão forte
Até escuto as batidas de seu coração
Vejo seu olhar que também expressa
Uma mistura de medo e confusão
Não entendemos o que acontece
Apenas sentimos esse estranho sentimento
Que embora nossas peles não possam se tocar
Nossas almas estão ligadas
E toda noite vão se encontrar
Fazemos juras e promessas de amor
Enquanto uma forma tentamos encontrar
De podermos nos unir
E realmente podermos nos amar
Meu Doce Fantasma
Ouço um pequeno sussurro em meu ouvido
O relógio anuncia meia noite
e voce está aqui
Minha grande vontade era de tocá-la, sentí-la
Mas meu corpo não encontra o seu....
Te vejo tão perto, desesperada para sentí-la
Mas tento te abraçar e num segundo vc já desapareceu
Tento conseguir explicar
Compreender que não passa de alucinação
Mas sua presença é tão forte
Até escuto as batidas de seu coração
Vejo seu olhar que também expressa
Uma mistura de medo e confusão
Não entendemos o que acontece
Apenas sentimos esse estranho sentimento
Que embora nossas peles não possam se tocar
Nossas almas estão ligadas
E toda noite vão se encontrar
Fazemos juras e promessas de amor
Enquanto uma forma tentamos encontrar
De podermos nos unir
E realmente podermos nos amar
domingo, 22 de junho de 2014
Bem vinda ás trevas por Camila Bernardini
Bruna caminhava só por ruas quase desertas, quase sem iluminação. Olhou para o céu, a lua brilhava forte, estava magnífica, completa, do jeito que ela gostava. Continuou andando, sem rumo, perdida em pensamentos angustiantes. Já era altas horas da madrugada, por isso não estranhava a quietude dos lugares em que estava passando. Tudo era silêncio e solidão total.
Parou
em frente um prédio espelhado, para ver o seu reflexo. Via uma menina
branca, de quase 1,80, olhos pequenos, cabelos ondulados, compridos e
vermelhos. Sabia ser bela, mas as preocupações a deixaram com algo
diferente, um ar de tristeza a rondava, fazendo com que ela parecesse
cansada. Sorriu para si mesma, e viu que o efeito do seu sorriso já não
era tão forte como antes. Decidiu continuar sua caminhada noturna.
Uma
voz sussurrou em seu ouvido para que fosse andar entre os túmulos do
cemitério, onde estava próxima. Não sabia de onde vinha essa voz, mas
achou ser seu subconsciente, pois era cética de mais para acreditar em
coisas “fora do normal”. Olhou em sua mochila, viu duas garrafas de
vinho e um maço de cigarros, tudo que precisava para passar o resto da
madrugada.
Chegando
ao cemitério, ficou um longo tempo olhando para o portão, dali de fora
não conseguia enxergar muita coisa. Tratou logo de dar um jeito de
entrar. Já lá dentro, pegou uma garrafa de vinho, sorvendo a em pequenos
goles, pois queria estar sóbria ainda, para apreciar um pouco daquela
arte tão obscura. Aquele cemitério, cheio de estátuas, sepulturas de
incrível arquitetura e epitáfios que mais pareciam poemas para estarem
em um dos livros dos poetas do mal-do-século.
Andando
por entre as lápides, sentia-se em contato com o mundo da morte e da
vida ao mesmo tempo, sabia que esse momento de solidão em lugares assim
era para refletir e encontrar um motivo para continuar. Foi perdida em
pensamentos que tudo começou, foi sentindo e escutando passos, que
deveriam estar atrás dela, um pouco distante, mas não teve dúvida de que
alguém estava a seguindo. Parou de andar, ficou congelada, paralisada
pelo medo. Não conseguia dar passos para frente e nem olhar para trás,
foi então que viu que o quer que fosse que estivesse também ali se
aproximava. Estava perto. Seu coração bateu descompassado, foi então que
correu. Corria sem nem saber do que, só queria estar segura. A garrafa
de vinho escapou de suas mãos, caindo no chão, fazendo um barulho que a
assustou mais ainda.
Queria
continuar correndo, mas seus malditos pulmões não agüentavam mais, ou
ela corria, ou respirava. Lembrou do cigarro em sua bolsa, e pensou: “Se
eu sair dessa paro de fumar”. Encostou seu braço em um túmulo, estava
frio... Frio como a morte que logo a alcançaria se ficasse ali. Tentou
correr de novo, mais tarde de mais. Mãos a agarraram, segurando de tal
forma que Bruna, não conseguia nem se mover. Ficou parada então,
esperando o próximo passo desse estranho. Foi então que sentiu as mãos
dele se moverem para seu pescoço, fazendo longo carinho ali, onde
pulsava a jugular. Eram mãos frias, como de um cadáver. Ela sentia seu
corpo tremendo, não sabia se era medo ou a repulsa de cada toque dele a
sua pele.
O
estranho então virou Bruna, para que ela pudesse olhá-lo de frente. Ela
não se contendo gritou com o que viu. Parecia um homem normal, exceto
sua pele excessivamente pálida e seus olhos que pareciam duas chamas
vindas do inferno.
-Assustada Bruna?
A
voz dele era mais sobrenatural ainda, uma voz como de um fantasma. De
alguém que não precisava de ar. Ela não o respondeu. Ficou só o olhando,
foi então que o viu sorrir:
- Sim está com medo, isso fará com que meu alimento seja muito mais saboroso. Sinto o cheiro de medo em você menina.
Bruna
agora via duas presas pontiagudas, saindo de sua boca. Eram dentes de
vampiros. Ele um vampiro? Não podia acreditar! Ela não teve tempo de
pensar em mais nada, as presa logo alcançaram a pele de seu pescoço,
perfurando-a. Era estranho, o medo tinha sumido, sentia um prazer, um
êxtase estranho. Aos poucos sua visão foi ficando turva, sentia-se fraca
até que desmaiou.
O
vampiro sorriu, era uma bela garota, o medo dela o excitou mais ainda.
Ficou olhando para aquele corpo no chão, seria desperdício deixá-la
morrer. Ajoelhou-se perto do corpo imóvel de Bruna, e a beijou. Bruna
aos poucos foi retomando os sentidos, sentindo o gosto de sangue. Sugou
todo o sangue que pode daquele vampiro. Ele então a soltou e disse:
-Bem vinda às trevas!
Ela
sorriu, já não sentia mais medo. Agora pertencia mesmo aquele lugar,
vagaria naquele cemitério entre a morte, espreitando qualquer sinal de
vida que ali passasse para saciar sua sede.
A estrada amaldiçoada por Camila Bernardini
Era uma
noite fria e chuvosa, relâmpagos á todo momento percorriam o céu o escuro,
seguidos por estrondosos trovões. Que assustavam os mais desavisados. Gabriel havia acabado de sair do hospital onde
dera plantão nas últimas doze horas. Seu corpo estava cansado e um sono
repentino o deixava com os pensamentos lentos. Embora alguns dos seus amigos de
plantão recomendassem que ele dormisse um pouco em um dos quartos de repouso,
ele não aceitou. Queria pegar logo a estrada para chegar ao seu pequeno e
confortável chalé, onde seu filho e a mulher o esperavam. Pegou o volante e antes de dar partida, se
olhou no retrovisor. A barba por fazer, e o assombreado por baixo dos seus
olhos o deixavam com uma aparência grosseira e cansada. Mas essa foi á vida que
tinha escolhido ser médico o deixava feliz, principalmente quando podia salvar
vidas e reconhecer o agradecimento apenas de olhar nos olhos de muitos de seus pacientes.
Claro que algumas vezes o trabalho era desgastante, e ele sempre se sentia um
pouco angustiado quando perdia um de seus pacientes. Mas às vezes era inevitável.
Gabriel
deu partida no seu carro e as imagens que vinha o atormentado alguns dias repassaram
em sua mente. A garota tinha chegado ao hospital carregada pelos braços de uma
mãe desesperada, vários ferimentos pelo corpo. Suas roupas banhadas de rubro. A
mãe gritando desesperada para que alguém a ajudasse. Naquele dia, ele tinha acabado de assumir o
plantão e correu até a mãe para ver de perto o que acontecia e começar a
prestar os primeiros socorros. Olhando de perto percebeu que nada mais poderia
ser feito, que a garota jazia morta naquele colo. De qualquer forma por
procedimento checou os sinais vitais para ver se encontrava algum sinal.
Mas nada, somente a pele fria e os primeiros sinais da morte naquele pequeno
corpo. Todos os procedimentos foram
feitos e a mãe explicou que tinha encontrado a garota daquela forma em casa ao
chegar do trabalho. A polícia foi chamada e todo um inquérito ia ser aberto
para começar a investigação. Mas o pior ainda estava por vir, dois dias depois
a mãe daquela garota fora encontrada morta. Aparentemente tinha sido suicídio,
pois a encontraram pendurada por uma corda em uma das árvores próxima a entrada
da floresta da cidade. A floresta diziam
ser mal assombrada por espíritos malignos, clara conversa para assustar
criancinhas de cidades interioranas. O fato é que a estrada que levava de uma
ponta á outra daquela cidade, era por dentro dessa floresta. E como ali
aconteciam muitos acidentes de carro, os mitos foram tomando formas.
Perdido
em devaneios tomou um choque quando o clarão de mais um relâmpago, e os
grossos pingos de chuva que caiam embaçando os vidros do carro, notou uma
pequena criança parada no meio da estrada. Gritou e tentou frear, mas a estrada
lisa e molhada não ajudou. Sentiu quando seu carro sofria o impacto da batida,
segurou o volante e a derrapagem foi inevitável, caindo por um barranco. Gabriel ficou parado por um momento com o
coração acelerado e a respiração entrecortada.
Sem ferimentos graves, soltou o cinto de segurança, e forçou a janela do
carro para tentar sair. Porém não conseguiu. Soltou um xingo baixo e deu alguns
socos pensando em como sair dali. Desconfortável com a posição que se encontrava,
tentou achar seu celular. E depois de uma pequena busca, o encontrou. Olhou
para o mesmo, mas ali não havia sinal.
-Puta
que pariu!
Estava
preocupado em conseguir sair dali e ver os danos causados, não no seu carro,
mas tinha certeza que havia atropelado uma criança na estrada. Uma criança, riu
descontroladamente. Pois o nervosismo o afetava dessa forma. Mas que diabos uma
criança fazia sozinha àquela hora na estrada? Com aquela chuva torrencial?
Com o
barulho dos grossos pingos que caia, nem notou por um momento que havia
aparecido uma mulher na janela que tentará abrir a minuto atrás e batia no
vidro. Quando finalmente notou, outro susto o assaltou. A mulher tinha colado o
rosto no vidro e por Deus, parecia um fantasma de tão pálida que era. Logo depois ela sumiu por alguns instantes, e
ele sentiu leves batidas na parte de trás do seu carro. Olhou e viu o rosto
colado na janela de trás. E sorriu, claro como não havia pensando em tentar
abrir algumas das outras janelas? Quase
como um contorcionista da melhor forma conseguiu passar para o fundo do seu
carro e para sua surpresa conseguiu abrir a janela. Quando finalmente conseguiu
sair do maldito carro, percorreu o olhar em volta e nem sinal da misteriosa
mulher.
Gabriel
coçou a cabeça. È o cansaço e adrenalina estavam realmente pregando peças na
sua mente. Precisava sair logo dali, de alguma forma. Chegar à estrada e
socorrer a criança. E esperava que fosse a tempo. Não se perdoaria se algo
acontecesse. Olhando em volta percebeu que a subida do barranco não era tão íngreme
e segurando em algumas árvores conseguiria chegar tranquilamente. O que
dificultava eram as gotas de chuva, que deixavam sua visão meio turvada. Com
algum esforço, conseguiu subir o barranco e chegar à estrada. Olhou em volta e o
escuro era predominante ali. Caminhou lentamente para ver se localizava onde havia
visto a criança. Mas não conseguia enxergar e encontrar nada, só um forte breu.
Já assustado com tudo que estava acontecendo, e pensando na caminhada que teria
que enfrentar para chegar onde pudesse encontrar ajuda não notou que encostado
em uma árvore que delimitava estrada da mata, estava uma mulher o observando.
Primeiro ele ouviu o som de uma gargalha.
Deu um pulo para trás e quase caiu barranco á baixo novamente. O que estava acontecendo com ele? Não se
assustava assim tão facilmente. Provavelmente o que julgou uma gargalhada podia
ser o barulho de algum animal. Mas todos os animais provavelmente estavam
escondidos na floresta não? Se protegendo daquele tempo. Sacudiu a cabeça com
força, tentando colocar tudo no lugar. E foi ali que notou a mulher
novamente. Branca como um fantasma, o
que destacava nela era apenas os olhos. De um azul límpido. Todo o restante se
perdia em palidez. Aqueles olhos... Ele conhecia aqueles olhos de algum lugar. Estava
no hospital e em quanto checava os sinais vitais da criança que a mãe ainda
carregava no seu colo, não deixou de notar os olhos daquela pobre mãe. O olhar
implorava para que ele desse á ela um fio de esperança no qual se agarrar.
Olhos profundos de um azul tão intenso. Mesmo sabendo a dor que afligiria
aquela mulher não podia dar falsas esperanças, e apenas disse a ela em respeito
um sinto muito, a confusão se armou no hospital, gritos da mulher, a policia
chegando e ele se afastou. Mas não podia esquecer os olhos. Gabriel ficou
atormentando com aquilo, á menina morta tinha apenas três anos, a idade do seu
filho.
Mais
gargalhadas vinham da estrada e Gabriel agora já não queria mais ser racional e
uma enorme vontade de correr veio para o seu consciente. A mulher encostada na
árvore fez um pequeno movimento e se abaixou para pegar algo no chão. Parecia um pequeno embrulho e ao invés de
Gabriel correr, ele parou. Ficou congelado e tremendo já não sabia se era do
frio ou de medo. A mulher segurando o embrulho caminhou em sua direção. Tão
lentamente, como um fantasma, como a morte que se aproxima, deixando sua vítima
por alguns segundos perceber o que acontece. Quando finalmente estava próxima o
bastante, com uma voz fria e sem emoção apenas disse:
-Olhe!
No
mesmo momento ele notou e percebeu que no colo dela jazia seu filho,
ensanguentado e com vários ferimentos pelo corpo. Mais uma gargalhada foi
ouvida logo à frente e a mulher apenas disse;
- Sinto
muito – e apontou na direção contrária da estrada. Onde Gabriel viu duas
pequenas crianças de mãos dadas caminhando. Um era seu filho e outro a menina
que virá morta no hospital.
Lágrimas
começaram a correr e Gabriel em um ato desesperado e enlouquecedor começou a
correr na direção das crianças. Quando a visão de uma corda pendurada em uma
das árvores chamou sua tenção. Sim, ele sabia o que tinha que fazer.
sábado, 21 de junho de 2014
Uma lágrima no ceú escuro por Camila Bernardini
Erick era um menino alto, a pele parda, com
pequenas manchinhas no rosto, cabelos longos e compridos. Fios lisos e umas
ondulações nas pontas. Tinha os olhos de um castanho bem claro. Seus olhos
chamavam á atenção de todos que se prendiam nele, cheio de brilho intenso que resplandecia inocência,
sinceridade. E tantas outras virtudes boas. Era um menino de dezessete anos,
não muito bonito, mas devido ao seu caráter e carisma conquistava muitas
pessoas ao redor.
No
céu escuro, a lua cheia brilhava junto com as estrelas que embelezavam ainda
mais a noite. Uma brisa fria anunciava que o inverno se aproximava. A noite
sempre tinha suas belezas e mistérios. Embalava o sono e o descanso de muitos e
despertava a paixão de alguns. Erick era um desses amantes noturnos, que
preferia os hábitos da noite quando as ruas estavam vazias e silenciosas. E
assim o jovem menino de alma doce caminhava por entre as ruas de seu bairro.
Chegou á sua praça preferida, onde sentava todas
as noites para ler. A praça era pequena, mas possuía algumas árvores antigas.
Um pequeno chafariz que não funcionava. E nada mais. Sentou em um dos bancos e
abriu o livro que carregava, mergulhando no mundo da leitura. Nem notou no
banco ao lado a presença da dama que o observava calada. Ela o fitava de forma
curiosa, invadindo os pensamentos do garoto. E os achou tão belos. Fazia tempo
que não encontrava alguém de alma tão nobre, de inocência pura. Emanava dele
uma energia boa, de paz.
Erick fechou o livro e notou que uma densa
neblina se formava na praça. Achou um pouco estranho, e foi só assim que notou
a presença dela. Era uma bela mulher, cabelos ondulados, alva. Vestia uma
camisa branca com babados estilo vitoriano. Um espartilho marcando sua cintura,
uma saia longa preta e nos pés uma sapatilha também preta.
- Olá
Quando a dama na sua frente falou com ele,
enrubesceu. Só assim percebendo que a estava encarando sem cessar. Quando
respondeu sua voz saiu trêmula, tímida:
- Oi!
Ela sorriu para ele. Erick julgou ver dentes
pontiagudos parecidos com presas naquele belo sorriso. Mas riu da bobagem,
andava lendo livros de mais isso sim.
-Qual o seu nome mocinho?
-Erick e o seu?
- Agatha
Agatha então levantou do banco onde estava sentada
e foi até ele. Estendeu-lhe a mão em comprimento. Quando ele tocou as mãos
dela, sentiu a pele fria. Um calafrio estranho lhe arrepiou as espinhas. Ela
então sentou ao lado dele e o fitou demoradamente. Passou uma das mãos sobre
seu rosto e o beijou. Um beijo longo e atormentado para ambos. Ele pensava no
que uma mulher tão bonita tinha visto nele. Com medo daquele beijo frio, mas ao
mesmo tempo tão prazeroso. Sim frio, por que a pele dela era gélida como de uma
morta. Estranho, mas respirou e decidiu se entregar a aquele beijo. Que seria
no mínimo marcante na sua vida.
Agatha quando viu aquele menino sozinho, sentado
no banco da praça pensou que seria uma presa fácil. Mas agora seus instintos
que sempre foram o de saciar sua sede e matar suas vitimas dizia para que ela
não o matasse. Talvez a inocência dele tivesse despertado algo dentro dela,
algo humano. Um sentimento que há séculos não lembrava sentir. Mas não queria
mais pensar, estava com fome. E essa era a sua doce e bela sina, interrompeu o
beijo e foi para o pescoço dele. Antes de cravar os dentes no golpe final,
ainda fez algumas caricias no pescoço do garoto, que provocaram em Erick
arrepios de puro prazer. E finalmente o mordeu. O gosto do sangue dele lhe
encheu de prazer e de vitalidade. Por um momento esqueceu que era apenas um
garoto, que ainda tinha muito que viver e aprender. Até perder a inocência e
conhecer a maldade dos homens.
Erick então começou a ter pequenos espasmos,
sentindo apenas prazer, nem imaginava o que acontecia. Que a cada segundo sua
vida estava mais e mais nas mãos daquela estranha que o havia beijado. E logo
caiu desmaiado nos braços da vampira. Ela olhou com ternura o garoto desmaiado,
pegou ele no colo por um breve momento e
depois o deitou no banco da forma mais confortável possível. Ele estava vivo, e
ela o deixaria vivo. Tinha certeza que quando acordasse pensaria que tudo não
teria passado de um sonho. O olhou mais uma vez, e uma lágrima caiu dos seus
olhos. Uma pequena e brilhante gota vermelha escorria por sua face. Deixou as
asas surgirem então, virando um pequeno morcego. E voou para o céu escuro.
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