Erick era um menino alto, a pele parda, com
pequenas manchinhas no rosto, cabelos longos e compridos. Fios lisos e umas
ondulações nas pontas. Tinha os olhos de um castanho bem claro. Seus olhos
chamavam á atenção de todos que se prendiam nele, cheio de brilho intenso que resplandecia inocência,
sinceridade. E tantas outras virtudes boas. Era um menino de dezessete anos,
não muito bonito, mas devido ao seu caráter e carisma conquistava muitas
pessoas ao redor.
No
céu escuro, a lua cheia brilhava junto com as estrelas que embelezavam ainda
mais a noite. Uma brisa fria anunciava que o inverno se aproximava. A noite
sempre tinha suas belezas e mistérios. Embalava o sono e o descanso de muitos e
despertava a paixão de alguns. Erick era um desses amantes noturnos, que
preferia os hábitos da noite quando as ruas estavam vazias e silenciosas. E
assim o jovem menino de alma doce caminhava por entre as ruas de seu bairro.
Chegou á sua praça preferida, onde sentava todas
as noites para ler. A praça era pequena, mas possuía algumas árvores antigas.
Um pequeno chafariz que não funcionava. E nada mais. Sentou em um dos bancos e
abriu o livro que carregava, mergulhando no mundo da leitura. Nem notou no
banco ao lado a presença da dama que o observava calada. Ela o fitava de forma
curiosa, invadindo os pensamentos do garoto. E os achou tão belos. Fazia tempo
que não encontrava alguém de alma tão nobre, de inocência pura. Emanava dele
uma energia boa, de paz.
Erick fechou o livro e notou que uma densa
neblina se formava na praça. Achou um pouco estranho, e foi só assim que notou
a presença dela. Era uma bela mulher, cabelos ondulados, alva. Vestia uma
camisa branca com babados estilo vitoriano. Um espartilho marcando sua cintura,
uma saia longa preta e nos pés uma sapatilha também preta.
- Olá
Quando a dama na sua frente falou com ele,
enrubesceu. Só assim percebendo que a estava encarando sem cessar. Quando
respondeu sua voz saiu trêmula, tímida:
- Oi!
Ela sorriu para ele. Erick julgou ver dentes
pontiagudos parecidos com presas naquele belo sorriso. Mas riu da bobagem,
andava lendo livros de mais isso sim.
-Qual o seu nome mocinho?
-Erick e o seu?
- Agatha
Agatha então levantou do banco onde estava sentada
e foi até ele. Estendeu-lhe a mão em comprimento. Quando ele tocou as mãos
dela, sentiu a pele fria. Um calafrio estranho lhe arrepiou as espinhas. Ela
então sentou ao lado dele e o fitou demoradamente. Passou uma das mãos sobre
seu rosto e o beijou. Um beijo longo e atormentado para ambos. Ele pensava no
que uma mulher tão bonita tinha visto nele. Com medo daquele beijo frio, mas ao
mesmo tempo tão prazeroso. Sim frio, por que a pele dela era gélida como de uma
morta. Estranho, mas respirou e decidiu se entregar a aquele beijo. Que seria
no mínimo marcante na sua vida.
Agatha quando viu aquele menino sozinho, sentado
no banco da praça pensou que seria uma presa fácil. Mas agora seus instintos
que sempre foram o de saciar sua sede e matar suas vitimas dizia para que ela
não o matasse. Talvez a inocência dele tivesse despertado algo dentro dela,
algo humano. Um sentimento que há séculos não lembrava sentir. Mas não queria
mais pensar, estava com fome. E essa era a sua doce e bela sina, interrompeu o
beijo e foi para o pescoço dele. Antes de cravar os dentes no golpe final,
ainda fez algumas caricias no pescoço do garoto, que provocaram em Erick
arrepios de puro prazer. E finalmente o mordeu. O gosto do sangue dele lhe
encheu de prazer e de vitalidade. Por um momento esqueceu que era apenas um
garoto, que ainda tinha muito que viver e aprender. Até perder a inocência e
conhecer a maldade dos homens.
Erick então começou a ter pequenos espasmos,
sentindo apenas prazer, nem imaginava o que acontecia. Que a cada segundo sua
vida estava mais e mais nas mãos daquela estranha que o havia beijado. E logo
caiu desmaiado nos braços da vampira. Ela olhou com ternura o garoto desmaiado,
pegou ele no colo por um breve momento e
depois o deitou no banco da forma mais confortável possível. Ele estava vivo, e
ela o deixaria vivo. Tinha certeza que quando acordasse pensaria que tudo não
teria passado de um sonho. O olhou mais uma vez, e uma lágrima caiu dos seus
olhos. Uma pequena e brilhante gota vermelha escorria por sua face. Deixou as
asas surgirem então, virando um pequeno morcego. E voou para o céu escuro.
Suas histórias são simples e muito poéticas.Gosto do seu estilo. Mais uma vez ,parabéns!^^
ResponderExcluirMuito style!
ResponderExcluirBela historia adorei faz-me lembra um belo livro que tinha chamado"O Livro dos Vampiros, A Enciclopédia dos Mortos-Vivos de J. Gordon Melton .Parabéns!
ResponderExcluirSimples, porém bem colocada.
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