quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Cortejo Funébre por Camila Bernardini




Você era meu rei

Eu era a sua rainha

Nosso amor foi nosso castelo

Sua vida foi a minha

Sem vc sou soberana de um castelo vazio e triste

Tristeza de saber que já não me ama

Me perco nos becos sem saída

Essa angústia que me chama

estou de luto pela minha própria morte

Em meu peito está aprisionado a dor

Já não consigo ser tão forte

Nem esquecer a droga desse amor

Feroz da angústia que não termina

Não se aquetas

Este é o lamento funébre que me acompanha

O cortejo da minha infelicidade

Meu corpo ainda vive assombrado pela saudade

Mas a minha alma já esta morta

Sem nenhuma piedade

Morgana por Camila Bernardini


Vanessa estava sentada na janela do seu quarto, observando as folhas das árvores, que lentamente balançavam seguindo o ritmo do vento. Olhou para as nuvens no céu, estavam escuras e pesadas. Logo choveria. O dia estava quase que perfeito, não sentia vontade de fazer nada, queria passar o dia todo assim, naquela janela. O seu celular tocou, pelo toque já sabia ser Carlos, sorriu, adorava escutar a voz dele, principalmente logo pela manhã.
Falou pouco no telefone, o bastante para deixá-la irritada. Não irritada com Carlos, mas com Morgana, uma mulher misteriosa, que ninguém sabia realmente sua identidade, a única coisa que sabiam dela era que tinha do nada, sentido uma súbita paixão a Carlos, prometendo a ele as loucuras mais ousadas. O que a irritou mais ainda, foi saber que ela disse que a única mulher que servia para ele, era ela mesma.
Intrigada sobre essa mulher, Vanessa tentava de todas as formas descobrir o que ela realmente queria, sem, contudo conseguir respostas que não fossem de todo superficiais. Já tinha até procurando uma detive que pesquisou o que pode de Morgana, mas nada verdadeiramente útil.
Escutou seu celular tocando, novamente era Carlos
- Tenho uma novidade?
- Qual?
- Vou me encontrar com Morgana, finalmente saberei quem ela é.
- Você me parece muito empolgado, para quem disse não estar interessado.
- Só quero descobrir a identidade dela, não precisa ficar com ciúmes.
- ...tá!
- Vou encontrá-la hoje, naquele apartamento perto do Vila Lobbos.
- Divirta-se!
Vanessa, em um ataque de fúria desligou o telefone na cara dele. Homens, ele poderia até sim amá-la, mas naco resistiria aos encantos daquela mulher, que nem tinha coragem suficiente de dizer quem era realmente. Talvez fosse feia! Riu de si mesma, com seus pensamentos infantis de ciúmes, afinal não era assim.

2
Carlos chegou a seu apartamento, às dez da noite. Estava com uma grande expectativa sobre o que aconteceria naquela noite. Afinal, pelo pouco que teclará pela internet com Morgana, ela parecia ser uma mulher cheia de encantos e com certeza sabia agradar um homem na cama.
A campahia tocou, seu coração disparou. Só podia ser ela, que tinha chegado. Abriu a porta, e se espantou com tamanha beleza da mulher a sua frente. Sua pele era alva, branquinha como a neve, lábios carnudos e vermelhos, olhos de um tom azul que pareciam lentes. Seus cabelos negros, compridos desciam por toda sua cintura. Ela estava vestida com uma mini saia preta de couro, que deixavam a mostra suas pernas bem torneadas, fazendo com que aumentasse seu desejo por ela, usava um corpete vermelho, bem coladinho ao corpo, que mostrava muito bem suas curvas e seus seios bem fartos.
- Então vai me convidar a entrar ou não?
- Me desculpa, entre. – Carlos respondeu meio sem graça, ficou tempos a admirando na porta, quase que hipnotizado, que se esqueceu de convidá-la.
Morgana sorriu ao escutar o convite e entrou mesmo seu salto sendo agulha não fez barulho no piso de madeira, era como se com sua leveza flutuasse, e não caminhasse como o resto dos mortais. Nem poderia como uma beleza tão exótica como aquela poderia ser comparada com um ser qualquer.
-Sinta- se em casa minha ninfa.
Ela apenas jogou um olhar para Carlos, foi até a estante da sala onde estavam os CDs. Pegou um do Eric Clapton, e colocou no aparelho, escolhendo a faixa doze cocaine! Começou a dançar insinuando-se para Carlos, e aos poucos tirando sua roupa. Ele assistia tudo, se m nem sequer conseguir desviar o olhar. Sabia que tinha prometido a Vanessa, não traí-la, mas a tentação era forte.
Morgana então se aproximou de Carlos, o beijando, um beijo quente e prometedor, enquanto suas mãos escorregavam por entre as pernas dele. Ele a pegou no colo estranhou por um momento sua pele fria, mas o desejo continuava forte, e a levou para seu quarto, a deixando deitada em sua cama. Ela o puxou para si com muita força, beijando levemente seu pescoço. Carlos estremecia a cada toque. Quem seria aquela mulher que o estava deixando louco? Foi então que sentiu leves mordidos em seu pescoço, e uma dor pequena vindo de onde ela o mordera, passou a mão em seu pescoço, viu que algo escorria dali. Levou a mão onde pudesse ver sangue! Assustou-se, tentou levantar da cama.
- Tarde de mais, meu Lord!
Morgana o derrubou, para que ficasse deitado na cama, e subiu em cima do seu corpo, prendendo as mãos dele para cima, assim não teria movimento, enquanto ela sugava seu sangue. Mesmo a beira da morte, Carlos não entendia como podia sentir tanto prazer, ao ponto de gozar. Ela sorveu a última gota de sangue, o deixando morto na cama. Sorriu, homens sempre eram presas fáceis de mais.

três

Vanessa sabia que não conseguiria passar a noite em sua casa, pertubada e com medo que por outra maldita mulher, Carlos a largasse. Nunca fora insegura desse jeito, não sabia o que estava realmente acontecendo, mas mesmo achando errado decidiu de que iria atrás dele no apartamento. Afinal, ela também tinha curiosidade em saber quem era Morgana. Pegou suas chaves e saiu.
Chegando ao apartamento, o porteiro que já a conhecia, deixou-a subir normalmente. Vanessa pegou o elevador com o coração levemente disparado, era uma mistura de ansiedade com angústia sem fim. Chegando ao andar destinado, bateu na porta, para sua supressa e maior mal humor, quem abriu a porta foi a cuja mulher, que a deixara nesse estado de insegurança. Olhou muito tempo para Morgana, realmente bela.
- Onde está Carlos?
Morgana não respondeu, aproximou-se de Vanessa, que estremeceu com o quase contato. Ficou assim perto dela, levou suas mãos ao cabelo de Vanessa e o acariciou, descendo pelo pescoço, escorregando por seus seios, até ir para as pernas, onde a mão podia passear livremente, já que o vestido tornava as coisas mais fáceis.
Vanessa tentou se afastar, mas nunca sentiu tanta excitação, com o toque de alguém. Será que todo esse tempo ela gostava de mulher e não sabia? Morgana, voltou as mão acariciando os lábios dela, e dessa vez o toque foi correspondido. Vanessa afastou as mãos a beijando com violenta fúria, e paixão. As duas se amaram ali mesmo na entrada da porta do apartamento. Vanessa se entregando aos mais diversos toques, descobrindo mais sobre seu corpo e seus desejos. Exaustas, caminharam até o sofá da sala onde deitaram.
- Minha doce criança.
Vanessa olhou para aquela voz tão doce, e ao escutá-la sentiu vontade de beijar Morgana novamente, ela porém afastou os lábios, o encostando no pescoço de Vanessa. Cuidadosamente sugou um pouco de seu sangue, fazendo assim com que as duas entrassem num orgasmo, cheio de explosões de prazeres inimagináveis.
As duas então adormeceram abraçadas. Vanessa então esqueceu seus reais motivos de ter ido até ali, estava completamente apaixonada por aquela vampira. E sim, a alimentaria sempre, depois de se amarem

Doce Sacrificío por Camila Bernardini



Seus beijos doces são um vício
Que minha boca sempre quer mais
Jamais descansarei em paz
Se eu não encontrar você
Nas trevas trilhei meu caminho
Apenas a dor como companhia
Até que em você achei a razão
De viver mais um dia
Sacrificarei meu corpo esta noite
Pra minh' alma a sua encontrar
Atravessarei o ceú, a terra, o mar
Para adormecer em seus braços
Presentiarei-lhe com meu amor esta noite
È tudo que tenho de mais precioso
Você descongelou meu coração
E com egoísmo o tomou só para si
Eu te amarei até o fim dos meus dias
E iremos nos encontrar
Mesmo depois da morte
Eu te esperarei até o fim dos meus dias
Nos iremos nos amar
Para dar sentido a nossas vidas

Doce tristeza por Camila Bernardini


Meus olhos te viram tristes

Olhando para o infinito

seus olhos tão aflitos

Soluços prontos para virar um grito

Nessa hora minha alma

Com dor foi perfurada

talvez sua tristeza de não sentir-se amada

faça com que esses olhos demonstrem ser maltratada

sentada sozinha naquela sepultura

Lágrimas que teimam em escorrer

Mil dúvidas surgem no vazio da sua mente

Mas você não acha a resposta e nem o porque

Com seu copo de vinho brinda a morte

E tudo que ela tem a lhe oferecer

Já esquece de ser forte

tudo que deseja é parar de sofrer

Eu em minha angústia tento te socorrer

Mas você já não me ouve

Já não consegue entender

Quer apenas a solidão inerte na sua própria escuridão

seu caminho está em trevas

Sem nenhuma luz a brilhar

Sua dor...seu pecado

Talvez foi querer me amar

Em meio ao soluço e desespero peço para me perdoar

Mas você continua distante

Apenas com o desejo de se matar

Então no mesmo instante

Vejo um punhal te acertar

O sangue no chão começa a espalhar

Com um último suspiro

Você me lança um olhar

Diz em um sussurro

Que foi a doce maneira que encontrou para de mim se vingar

Com seu corpo morto...em meu braços

Sei que tudo está perdido

me perdoe por um dia

Em sua vida ter existido

domingo, 14 de setembro de 2014

Fragmentos- a história da Agatha parte Seis por camila Bernardini



            


    A tarde caiu rapidamente, porém ainda existia um resquício de luz e de sol, Gabriel acordou, percebeu que havia dormido na rede do lado de fora da casa que tinha alugado com seus amigos. Soltou um leve bocejo e ainda meio tonto de sono, voltou a fechar seus olhos.  A noite anterior tinha sido esquisita. Jamais imaginará que encontrará Agatha por lá e ainda mais sozinha á noite em um lugar perigoso.  Mas isso era o menos estranho, gostaria de saber como ela conseguiu brigar com o homem que tentará machucar Ana, e como a menina havia esquecido tudo.  Como se tivessem passado uma borracha nas memórias dela. Mas suspirou, a verdade era que tudo isso era irrelevante, o mais importante era o desejo contido. O beijo e os momentos de caricia que teve com ela, antes de serem interrompidos.  Ele queria mais, queria muito mais. Mas estava aflito, pois ela não demonstrava o mesmo interesse. E nas duas únicas vezes que se encontraram ela tinha ido embora, sem muitas explicações.  Sem transparecer vontade de ficar. Ela era linda, já uma mulher.  O que também ia querer com um garoto como ele. Estava confuso. Ela disse que o encontraria essa noite, mas como e onde o encontraria. Não tinha deixado endereço, não tinha deixado nada. Era um tolo mesmo por acreditar que teria algo com ela.
                Ouviu o barulho dos seus amigos rindo dentro da casa. E logo os gritos irritantes da Ana, brigando com algum deles.  Já não ia com a cara dela e percebeu que depois da noite anterior, sentia mais raiva ainda. Ela havia atrapalhado tudo. Estragado o momento que estava ao lado de Agatha e decidiu irritado questionar o porquê ela havia voltado e não ido embora com os amigos, se arriscado, daquela forma. Levantou da rede de um salto, seu pescoço deu uma fisgada de dor, mau jeito por ter dormido na rede, e entrou na cozinha.
                Seus amigos estavam todos tomando café, sentados nas cadeiras em volta da mesa, na mesa uma pizza de pão de forma e refrigerante. Gabriel sentiu o estômago roncar e resolveu comer.
                -Bom dia guri, entra, senta-se à mesa e nem fala com a gente!
                -Desculpa Kil!
                -Esse ai esta com a cabeça nas nuvens ainda- resmungou Ana, com sua voz irritante e mal humorada.
                -Escute por que voltou ontem?
                -Ah, sei lá, eu queria ficar com vocês.
                -Menina inconveniente e chata- falou Kildery- dando risada!
                -Não, não é isso.
                Os dois gargalharam e Ana se retirou da mesa brava. Os outros comiam em silêncio, mas também deram risadinhas quando a viram sair furiosa. Logo após comer Gabriel foi para o jardim da casa e sentou na pequena mureta que separava a varanda das plantas que tinha na casa. O pequeno jardim era todo enfeitado, com duendes, sapos. E o que ele mais gostava ali era do canteiro de rosas. Achava tão bonito. Ficou sentado ali admirando o jardim e olhando o horizonte onde podia avistar as montanhas e a neblina que cobria suas pontas. Suspirou, estava entediado. Quase caiu da mureta, se assustando quando seu amigo Kildery apareceu e perguntou:
                -E ai qual é a dessa guria?
                -Kill, eu a conheci na balada, outro dia, lembra quando eu sai atrás de uma menina e disse que ela conversou comigo e depois simplesmente foi embora?
                -Sim.
                -È a mesma menina e ontem a noite ela simplesmente também foi embora.
                -Puxa duas vezes você a encontra e duas vezes ela vai embora.  E as duas vezes foi à noite. Vai ver ela é uma vampira.
                Kil falou isso caindo na risada e dando um tapa de leve no braço de seu amigo, que também riu.
                -Ah, cala a sua boca!
                -Puxa, só estou tentando ajudar, para que esse estresse todo?
                Kildery sentou do lado do amigo na mureta e disse em um tom um pouco mais sério:
                -Sabe que eu acredito em destino e em muitas outras coisas. Vocês se encontraram uma única noite e ela precisou ir embora.  Nós viajamos para longe e quem você encontra? Tantos lugares diferentes que vocês dois poderiam estar, ou até mesmo estar no mesmo lugar e nunca se cruzarem. Então olhe a sua volta, olhe o destino... Veja o que ele quer te dar, o que ele quer te mostrar.
                -Não entendo bem.
                -As coisas sempre são maiores do que pensamos. Sempre existe um algo mais, um por que. Às vezes demoramos a enxergar, mas temos ao menos que notar os sinais ao redor. Essa menina de alguma forma mexeu com você, e esta te deixando confuso. Tente entender de onde vêm seus questionamentos. Quais seus medos e o porquê ela te envolveu dessa forma. E tente relaxar a mente. Esperar espere para ver o que acontece. O destino se encarregará de trazer respostas.
                Gabriel suspirou sem entender muito bem o que o amigo dizia. Na verdade de uns tempos pra cá, ele não entedia muito bem o que as pessoas queriam ou diziam, pois tudo estava concentrado no seu desejo. No desejo e nos sentimentos estranhos por Agatha. Estava com medo de estar enlouquecendo, mas como o amigo mesmo dissera, deveria esperar e aguardar que o destino mostrasse novas chaves, novas escolhas para ai sim ele entender o que queria o que buscava e o que estava acontecendo com si.
                Saiu da mureta e disse que ia para a praia ver o sol se pôr, logo todos os seus amigos decidiram ir junto.  Gabriel pegou seu violão, subiu na sua moto e partiram para a praia.
                Chegando lá, correram para a areia e todos sentaram de frente para o mar. O céu escurecia e o sol descia no poente, de despedindo do dia e dando lugar à noite.  O céu á pouco rosado perdia o brilho azul e escurecia rapidamente. Gabriel pegou seu violão e começou a tocar algumas músicas das quais era acompanhado em coro por seus amigos.  A noite já seguia seu curso e o calor diminuía, o vento e a brisa do mar dava vitalidade para eles. E logo começou a tocar uma música da qual gostava muito enquanto olhava para a areia e o mar, e cantou a letra baixinho para que seus amigos acompanhassem:
                -Adoro a sua cara de sono
                E o timbre da sua voz
                Que ficam me dizendo coisas tão malucas
                E que quase me mata de rir
                Quando tenta me convencer
                Que eu só fiquei aqui
                Por que nós dois somos iguais.
                E enquanto cantava, viu que ela vinha na direção deles. Estava linda, com um vestido branco de tricô, curto, onde mostrava suas pernas bem torneadas, por baixo do vestido um biquíni vermelho. Seus cabelos negros e soltos voavam acompanhando o ritmo do vento. E embora ele ainda cantasse e tocasse o violão, sua concentração estava somente nela. Que sorriu para ele ao chegar mais próximo, e o cumprimentou de forma um pouco tímida.
                -Agatha- foi tudo que ele disse e voltou a cantar.
Ela por sua vez, deu oi para os amigos dele e sentou na areia para ouvi-lo. E a noite naquele momento começou a mudar e parecer um pouco mais mágica do que de costume, pelo menos para aqueles dois.

domingo, 7 de setembro de 2014

Quando Anoitece - por Camila Bernardini



        




    Catarina olhou para o relógio, sob a mesa da cabeceira da sua cama, os ponteiros indicavam cinco horas da tarde. Logo anoiteceria, e essa certeza fez com que seu coração disparasse e sentisse aquela ansiedade costumeira que invadia seu corpo poucas horas antes do anoitecer. Mordeu seus lábios e fechou seus olhos. Deixou que aquela sensação fluísse por seu corpo e quando a inquietude dominou-a por completo decidiu levantar e começar os preparativos.
            Tomou um longo banho, sentido a água que escorria por seu corpo causando calafrios. Suas mãos deslizavam por seu próprio corpo sentido a textura macia de sua pele. Gostava de se tocar e conhecer seu próprio corpo, porém nada melhor do que os toques que aguardava mais tarde. Nada melhor do que as noites que passava ao lado dele. Nem sabia qual o nome dele, apenas que aparecia para ela todas as noites e a dominava de tão forma. Nunca tinha se entregue a alguém daquele jeito, mas com ele se sentia livre. E era apenas toda sensações e desejos. Seu corpo já apresentava pequenos espasmos quando desligou o chuveiro e foi para o quarto. Olhou para as gavetas de roupas entreabertas e decidiu que não vestiria roupas. Apenas o conjunto novo de lingerie. Uma calcinha preta totalmente rendada, espartilho também preto com rendas, e a parte do bojo meia taça, luvas que iam até a metade do braço rendadas e para completar o visual meia calça preta e cinta-liga. Terminou de se vestir e olhou para o espelho, tinha escolhido bem a cor de suas peças. Sua pele alva com o tecido negro dava um contraste bonito e sensual. Catarina ligou o som e deixou um blues qualquer tocar baixinho. Pegou taça que guardará de na escrivaninha e a encheu com um pouco de champanhe. Sentou no tapete do seu quarto, que era macio e feito de pele enquanto aguardava.
            Sentiu a brisa quando a janela do seu quarto foi aberta e sabia que ele estava presente. Seu quarto se encheu com um pequena névoa fria, mas nada disso importava. Seu coração acelerado e sua respiração já entrecortada ansiavam por sentir o toque dele. E meio que esperado e ao mesmo tempo não, sentiu quando as mãos dele firmemente agarram seu cabelo, fazendo seu pescoço arquear. Com o movimento brusco deixou a taça cair no seu tapete, mas no momento não se importava com isso. Somente se importava com os lábios dele que percorriam a extensão do seu pescoço e ouvido a fazendo estremecer e gemer baixinho. Fechou os olhos e deixou que o estranho a dominasse por completo. Sentiu quando ele juntos as mãos dela, e depois escutou o estalo das algemas que se fechavam em seu pulso. O toque frio do metal em sua pela deixou-a mais excitada e ansiosa para o que aconteceria a seguir.
            Catarina foi deitada no tapete de forma gentil, enquanto o desconhecido pegava a garrafa de champanhe e derrubava o liquido por toda a barriga dela. Quando achou que tinha sido o suficiente, pousou os lábios e começou a sorver do líquido no próprio corpo dela, descendo a língua e os lábios pela barriga, virilha até chegar ao sexo dela. E voltando a subir lentamente até o pescoço.  Catarina enlouquecida, já não conseguia respirar, seu corpo tremia em espasmos e sabia que o ápice logo aconteceria. O homem misterioso prendeu o olhar nos dela e fez sentir-se única. O olhar que ele lançou era sensual, e mostrava todo o desejo que ele tinha por ela. Após alguns segundos sustentando o olhar, ele abaixou e voltou para o pescoço dela, dessa vez suas presas já estavam postas e lentamente ele a mordeu, perfurando um pouco da pele, que ainda esta semiaberta devido a noites anteriores. Enquanto sorvia da vida dela, suas mãos hábeis já tinham arrancado às peças íntimas de baixo e quando intensificou a mordida e forma como sorvia, foi ao mesmo tempo em que invadia o corpo dela. Em movimentos sincronizados, sentiu quando Catarina enroscou a perna em volta do corpo dele e as contrações começaram. Ela gemia baixinho e seu corpo era todo tremor, os espasmos cada vez mais forte e a pela arrepiada. Cataria nessa hora queria arranhá-lo para intensificar ainda mais o que sentia, mas suas mãos estavam presas e ao se lembrar disso e excitou mais ainda e não conseguindo mais conter se entregou ao orgasmo esplendoroso que tinha com aquele homem. E sabia que também o satisfazia entregando um pouco de sua vida e de seu sangue. O alimentando.
            Sabia que agora ele sairia pela janela e só voltaria na próxima noite, sentiu quando ele soltou suas mãos, deixou seu corpo ainda mole relaxar mais e adormeceu sobre seu tapete com um sorriso nos lábios e aguardando a próxima noite.


No Alto da Torre - Parte final- escrita por Camila Bernardini



       
 Nota: A primeira parte desse conto foi escrita pela autora Isabela Santos, que tem apenas doze anos e muita história para contar. Eu escrevi a parte final em parceria com ela!
Espero que gostem  e se apaixonem! E para quem não leu a primeira parte segue o link 
http://bernardinicamila.blogspot.com.br/2014/09/no-alto-da-torre-por-isabela-santos.html





     Duma olhou chocada e assustada para as penas de suas asas que estavam ao chão, caídas, como um lembrete perante a desobediência do seu mestre. Recusava-se acreditar que fora castigada apenas por permanecer um pouco mais de tempo na cidade, por tentar descobrir quais os mistérios e criaturas viviam nela a noite. E não tinha sido tão ruim assim Afinal não encontrou nenhum monstro a noite toda, ninguém a tinha machucado ou coisa do gênero. De fato o único ser vivo que encontrou foi o hibrido, que dissera a ela ser uma mistura de demônio com vampiro. Além do susto inicial, ele não havia causado mal a ela. Tinham apenas conversado trivialidades. Cimeries o nome dele, se ao menos soubesse onde encontrá-lo. Estava perdida não podia mais voltar ao céu e também não podia voar. Como desceria da torre para procurar abrigo? O sol estava escaldante e começou a sentir sede e cansaço. Sua boca já estava seca e seus lábios entrecortados, descascando a pele, já mostravam os primeiros sinais de desitratação. Começou a se sentir tonta, colocou os braços sobre a cabeça para se proteger do sol, mas estava se sentindo febril e seu corpo começou a dar sinais de fraqueza sem cessar. As pernas tremiam e já não conseguiam se sustentar. Duma sentou no chão se apoiando em uma das paredes do relógio. Ficou ali imóvel tentando recuperar suas forças e adormeceu.
            Horas depois acordou com o som de gargalhadas e alguém a chacoalhava. Abriu seus olhos e ao fazer um movimento para se levantar, sentiu uma leve dor transpassar pelo seu corpo. Notou que estava escuro e que era noite. Tinha dormido o dia inteiro? Ou melhor, desmaiado. Ainda sentia sede, mas o calor terrível de antes fora substituído por frio.  Sua pele arrepiada e seu corpo estremecia cada vez que o vento a tocava. Ainda estava meio zonza, desorientada. Tentando encaixar as lembranças na sua mente, entender o que estava acontecendo. Quando ouviu uma voz grossa rir:
            - A princesa resolveu acordar?- e após o comentário várias outras vozes rindo. Duma olhou assustada para a voz, e se assustou mais ainda com o que via na sua frente. Uns quatro ou cinco homens a olhavam com ar de deboche. Mas não eram de fato homens. Tinham aparência humana, mas os olhos eram amarelados, o nariz comprido e as orelhas pontiagudas como de um Elfo. Mas uma raça desconhecida. Será que era essa a raça estranha que tinha que temer e a qual seu mestre a alertará?
            -Além de adormecida, é surda? –Falou o homem a sua frente!
            -Não sou surda! O que são vocês?
            Ao som de mais gargalhadas, o homem que parecia o líder, pois era o único que falara até o momento disse:
            -Somos Grejis. Uma raça de demônios. Na verdade sou um, os outros que você vê são projeções que crio.
            -Como assim?
            -Minha função é levar medo ao coração dos homens, consigo multiplicar minha forma em várias para assustá-los mais. Consigo me transformar em qualquer coisa. E você criatura, o que és?
            Duma pensou algumas vezes, mas resolveu contar a verdade. Sua natureza a impedia de mentir:
            -Um anjo... Ou eu era um anjo, mas ontem tive minhas asas cortadas.
            O Greji á frente dela lançou um olhar malicioso e seus olhos antes amarelos brilharam ficando carmesim.
            -Então não é mais um anjo criatura e sim um demônio.
            -Não sou.
            -Claro que é!
            E assim Greji e suas projeções se transformaram em diabinhos gargalhando. Duma chorou e tampou o ouvido com as mãos para abafar o som daquela incômoda risada. Mesmo assim ouviu quando uma voz mais grossa gritou:
            -Deixe-a em paz!
            -Me desculpa senhor Cimeries!
            O demônio então criou asas e desapareceu voando no céu escuro. Duma ainda chorava encolhida em um canto. Não quis nem olhar para o outro que tinha acontecido na noite anterior. Estava envergonhada por ter desobedecido seu mestre e perdido o direito de viver no céu. Ele tinha razão, aquela criatura á pouco fora maligna com ela. Tinha medo das outras criaturas que poderia encontrar. Gritou assustada quando Cimeries tocou seu braço.
            -Calma, sou eu!
            -Fique longe de mim – ela dizia entre soluços.
            Cimeries recuou alguns passos, não queria assustá-la mais.
            -Vá embora, o que ainda está fazendo aqui?
            -Todas as noites eu venho aqui depois da meia-noite. Você está desobedecendo às ordens do céu novamente?
            -Como assim?
            -Não me disse que sempre tem que ir embora antes da meia-noite?
            -Não tenho mais para onde ir embora. Fui expulsa do céu. Perdi minhas asas e todos os meus direitos como Anjo.
            -Divindades e suas regras ridículas.
            Duma olhou espantada para ele, jamais ousou questionar as regras do céu e nunca vira ninguém fazendo isso antes.
            -Não sei o que fazer.
            -Venha comigo, vamos descer dessa torre e caminhar pela cidade.
            -Como vou descer?
            -Maldição!
            -Não fale assim.
Cimeries olhou para ela de forma divertida, subiu no parapeito da torre e deixou que suas asas negras como o petróleo se abrissem. Estendeu a mão para Duma e carinhosamente disse:
            -Venha!
            -Como?
            -Vou te carregar.
            -Ah não vai não, não confio em você. È um demônio
            -Ontem quando passou a noite conversando comigo não pensou nisso! Bom se não quer minha ajuda tudo bem. Fique ai quem sabe vire comida de algum outro que apareça por aqui.
            O hibrido deixou seus pés flutuarem, mas ainda estava pairando sobre a torre. Viu que Duma subia no parapeito e se estendia para ele. A segurou com força, e pegou em seu colo. Voou com ela por alguns minutos sobre o céu. Gostava de voar, mas a sensação de carregar alguém enquanto voava era inteiramente nova. Estava consciente dela, da respiração ofegante, das mãos que segurava seu pescoço com firmeza. A olhou e viu que estava com os olhos fechados apertados
            -Mas que isso anjo, até ontem você tinha asas e voava.
            -Mas eu voava sozinha... E podia controlar meu próprio voo.
            -Confie em mim, às vezes precisamos que outros nos guiem que outro nos ajude quando estamos com dificuldades. Sei que seu mundo era perfeito, e que talvez você desconheça outras coisas... Mas diante das dificuldades e tristezas que alimentamos a alma.
            -Você fala muito bonito e entende muitas coisas para...
            -Para o que? Um demônio?
            Cimeries ficou furioso e logo alcançou o chão, deixando-a desajeitadamente, fazendo com que ela perdesse o equilíbrio e quase fosse de encontro ao chão.
            -Que pouso foi esse? Seu grosso!
            -Tem razão sou um demônio... E não deveria te ajudar criatura. Sou um monstro, já fiz muito em te ajudar a descer. Segue seu caminho
            Cimeries virou as costas e recomeçou a andar. Duma gritou para que ele parasse, mas ele fingiu que não a ouvia. Ela então correu e quando o alcançou disse:
            -Espere me desculpa.
            Cimeries a olhou e por um momento pensou em recomeçar a andar, mas resolveu deixar seus impulsos para lá. Ficou parado diante dela e disse:
            -Eu sou livre para caminhar somente quando o sino daquela torre em que você costumava sentar badalava á meia-noite. E todas as noites eu voava para lá e ficava observando o céu. E observando o anjo que voltava para a sua casa. Via suas asas resplandecer até sumir para o lugar de onde eu nunca terei direito. E ficava por lá, até notar que o dia amanheceria e que já era hora de recolher. Seu perfume, brilho e energia continuavam na Torre. E era isso tudo o que eu precisava sentir.
            -Não entendo o que quer dizer?
            -Que demônios também amam Duma! – Cimeries então a segurou pelos braços e a beijou. Foi um beijo adocicado, a mistura de várias sensações inexploradas pelos dois. Nem notaram que os dois se enchiam de luzes e as asas de Cimeries mudaram de negras para branca e as costas de Duma novas asas surgiam. Os dois então ainda sem se dar conta flutuavam pelo céu estrelada. Aquele seria o primeiro beijo de um amor verdadeiro e no coração dos dois sabiam que aquilo no momento era o bastante. Que saberiam percorrem o caminho.
            - Fique comigo Duma e te ensinarei tudo que precisar.
            -Claro que ficarei, mas tudo que precisarei será de você Cimeries.
            Os dois sorriram um para o outro e agora que notaram que estavam voando, continuaram a voar, até virarem dois pontinhos minúsculos no céu.