A tarde
caiu rapidamente, porém ainda existia um resquício de luz e de sol, Gabriel acordou,
percebeu que havia dormido na rede do lado de fora da casa que tinha alugado
com seus amigos. Soltou um leve bocejo e ainda meio tonto de sono, voltou a fechar
seus olhos. A noite anterior tinha sido
esquisita. Jamais imaginará que encontrará Agatha por lá e ainda mais sozinha á
noite em um lugar perigoso. Mas isso era
o menos estranho, gostaria de saber como ela conseguiu brigar com o homem que
tentará machucar Ana, e como a menina havia esquecido tudo. Como se tivessem passado uma borracha nas
memórias dela. Mas suspirou, a verdade era que tudo isso era irrelevante, o
mais importante era o desejo contido. O beijo e os momentos de caricia que teve
com ela, antes de serem interrompidos.
Ele queria mais, queria muito mais. Mas estava aflito, pois ela não
demonstrava o mesmo interesse. E nas duas únicas vezes que se encontraram ela
tinha ido embora, sem muitas explicações.
Sem transparecer vontade de ficar. Ela era linda, já uma mulher. O que também ia querer com um garoto como ele.
Estava confuso. Ela disse que o encontraria essa noite, mas como e onde o
encontraria. Não tinha deixado endereço, não tinha deixado nada. Era um tolo
mesmo por acreditar que teria algo com ela.
Ouviu o
barulho dos seus amigos rindo dentro da casa. E logo os gritos irritantes da
Ana, brigando com algum deles. Já não ia
com a cara dela e percebeu que depois da noite anterior, sentia mais raiva
ainda. Ela havia atrapalhado tudo. Estragado o momento que estava ao lado de
Agatha e decidiu irritado questionar o porquê ela havia voltado e não ido
embora com os amigos, se arriscado, daquela forma. Levantou da rede de um salto,
seu pescoço deu uma fisgada de dor, mau jeito por ter dormido na rede, e entrou
na cozinha.
Seus
amigos estavam todos tomando café, sentados nas cadeiras em volta da mesa, na
mesa uma pizza de pão de forma e refrigerante. Gabriel sentiu o estômago roncar
e resolveu comer.
-Bom
dia guri, entra, senta-se à mesa e nem fala com a gente!
-Desculpa
Kil!
-Esse
ai esta com a cabeça nas nuvens ainda- resmungou Ana, com sua voz irritante e
mal humorada.
-Escute
por que voltou ontem?
-Ah,
sei lá, eu queria ficar com vocês.
-Menina
inconveniente e chata- falou Kildery- dando risada!
-Não,
não é isso.
Os dois
gargalharam e Ana se retirou da mesa brava. Os outros comiam em silêncio, mas
também deram risadinhas quando a viram sair furiosa. Logo após comer Gabriel
foi para o jardim da casa e sentou na pequena mureta que separava a varanda das
plantas que tinha na casa. O pequeno jardim era todo enfeitado, com duendes,
sapos. E o que ele mais gostava ali era do canteiro de rosas. Achava tão
bonito. Ficou sentado ali admirando o jardim e olhando o horizonte onde podia
avistar as montanhas e a neblina que cobria suas pontas. Suspirou, estava
entediado. Quase caiu da mureta, se assustando quando seu amigo Kildery apareceu
e perguntou:
-E ai
qual é a dessa guria?
-Kill,
eu a conheci na balada, outro dia, lembra quando eu sai atrás de uma menina e
disse que ela conversou comigo e depois simplesmente foi embora?
-Sim.
-È a
mesma menina e ontem a noite ela simplesmente também foi embora.
-Puxa
duas vezes você a encontra e duas vezes ela vai embora. E as duas vezes foi à noite. Vai ver ela é
uma vampira.
Kil
falou isso caindo na risada e dando um tapa de leve no braço de seu amigo, que
também riu.
-Ah,
cala a sua boca!
-Puxa,
só estou tentando ajudar, para que esse estresse todo?
Kildery
sentou do lado do amigo na mureta e disse em um tom um pouco mais sério:
-Sabe
que eu acredito em destino e em muitas outras coisas. Vocês se encontraram uma
única noite e ela precisou ir embora.
Nós viajamos para longe e quem você encontra? Tantos lugares diferentes
que vocês dois poderiam estar, ou até mesmo estar no mesmo lugar e nunca se
cruzarem. Então olhe a sua volta, olhe o destino... Veja o que ele quer te dar,
o que ele quer te mostrar.
-Não
entendo bem.
-As
coisas sempre são maiores do que pensamos. Sempre existe um algo mais, um por
que. Às vezes demoramos a enxergar, mas temos ao menos que notar os sinais ao
redor. Essa menina de alguma forma mexeu com você, e esta te deixando confuso.
Tente entender de onde vêm seus questionamentos. Quais seus medos e o porquê
ela te envolveu dessa forma. E tente relaxar a mente. Esperar espere para ver o
que acontece. O destino se encarregará de trazer respostas.
Gabriel
suspirou sem entender muito bem o que o amigo dizia. Na verdade de uns tempos
pra cá, ele não entedia muito bem o que as pessoas queriam ou diziam, pois tudo
estava concentrado no seu desejo. No desejo e nos sentimentos estranhos por
Agatha. Estava com medo de estar enlouquecendo, mas como o amigo mesmo dissera,
deveria esperar e aguardar que o destino mostrasse novas chaves, novas escolhas
para ai sim ele entender o que queria o que buscava e o que estava acontecendo
com si.
Saiu da
mureta e disse que ia para a praia ver o sol se pôr, logo todos os seus amigos
decidiram ir junto. Gabriel pegou seu
violão, subiu na sua moto e partiram para a praia.
Chegando
lá, correram para a areia e todos sentaram de frente para o mar. O céu escurecia
e o sol descia no poente, de despedindo do dia e dando lugar à noite. O céu á pouco rosado perdia o brilho azul e
escurecia rapidamente. Gabriel pegou seu violão e começou a tocar algumas
músicas das quais era acompanhado em coro por seus amigos. A noite já seguia seu curso e o calor diminuía,
o vento e a brisa do mar dava vitalidade para eles. E logo começou a tocar uma
música da qual gostava muito enquanto olhava para a areia e o mar, e cantou a
letra baixinho para que seus amigos acompanhassem:
-Adoro
a sua cara de sono
E o
timbre da sua voz
Que ficam
me dizendo coisas tão malucas
E que
quase me mata de rir
Quando
tenta me convencer
Que eu
só fiquei aqui
Por que
nós dois somos iguais.
E
enquanto cantava, viu que ela vinha na direção deles. Estava linda, com um
vestido branco de tricô, curto, onde mostrava suas pernas bem torneadas, por
baixo do vestido um biquíni vermelho. Seus cabelos negros e soltos voavam
acompanhando o ritmo do vento. E embora ele ainda cantasse e tocasse o violão,
sua concentração estava somente nela. Que sorriu para ele ao chegar mais
próximo, e o cumprimentou de forma um pouco tímida.
-Agatha-
foi tudo que ele disse e voltou a cantar.
Ela por sua vez, deu oi para os amigos dele e sentou na
areia para ouvi-lo. E a noite naquele momento começou a mudar e parecer um
pouco mais mágica do que de costume, pelo menos para aqueles dois.
uiiiiii ficou muito bom guria nota 10
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