domingo, 7 de setembro de 2014

No alto da Torre - Por Isabela Santos







 Nota: Esse conto teve inicio com a linda Isabela Santos e eu farei a segunda parte.
Aguardem!



Duma, era um a anjo diferente. Na verdade, era um anjo caído. Mas não no reino dos homens, em um reino onde alguns sobrenaturais moravam. Chamava-se terra fantástica. Outro mundo, onde a magia reinava poderosa. Fadas... Vampiros...Sereias...Lobisomens... Ninfas... E todos os tipos de criaturas sobrenaturais se refugiavam ali.
            Duma tinha lindas asas negras, e tinha caído por que... bem, tinha se apaixonado por um demônio. Isso era proibido... Na verdade o amor proibido é sempre o mais legal de se viver...Ela gostava disso. Gostava do amor. E ela amava aquele demônio... Ninguém a podia culpar por se apaixonar. Na verdade, ela tinha descoberto o que era amor, há pouco tempo. Talvez minutos.  Entrando em devaneios, o anjo começou a lembrar de como tudo aconteceu.
Todas as noites ela sempre descia um pouco do céu, e se sentava no auto de uma torre, a qual tinha um grande relógio. Sempre sentava ali à noite, e gostava se olhar as estrelas. Mas sempre quando o relógio badalava os sinos da meia noite se retirava para o céu novamente. Isso era uma ordem feita por seu mestre. Mas um dia decidiu quebra-la.
            Diziam que depois da meia-noite, coisas assustadoras saíam para assombrar os que ainda estavam de “Plantão” no meio da rua. Ela queria ver essas coisas. Ela queria se aventurar na verdadeira noite, que havia a muito, sido escondida dos seus olhos.
            Ao badalar da meia-noite Duma continuou sentada, um pouco nervosa. Não sabia o que ia encontrar ali, no meio do ápice da noite, mas continuou agindo normalmente, e olhando atentamente para todos os lados, curiosa com o que ia acontecer a seguir.
        Já era meia-noite e dez, e nada havia acontecido. Sabia que estava desrespeitando a ordem de seguir para o céu depois da meia-noite, mas ela precisava fazer isso. Precisava olhar para o mundo que por tanto tempo, havia sido escondido dela. O que lhe dava medo era não saber as consequências daquela desobediência.
       Duma já estava saindo, se retirando para o céu para receber seu castigo, quando ouviu um barulho. Ela estava sentada na beira do prédio o qual sempre sentava Tinha alguém atrás dela. Isso a deixou cada vez mais ansiosa, até sentir uma mão em seu ombro.  Ela gritou, gritou e gritou, mas a mão tapou sua boca. Duma arregala os olhos, assustada, quando ela sente um corpo se aproximando de si, e a pessoa solta sua boca, deixando-a respirar novamente.
     Ainda muito assustada, Ela se vira, e olha pra trás.
     Um lindo jovem de olhos vermelhos, cabelo ruivo, corpo bem definido, e um terno elegante, estava a sua frente, olhando-a friamente.  Duma ainda estava respirando com dificuldade, mas tentou parecer o mais segura possível, perto daquela criatura.
       Tentou falar algo, mais nada saía de sua boca. Sua garganta estava seca, e os olhos penetrantes daquele homem á deixando mais nervosa ainda do que já estava.
      O homem se dirigiu a ela com indiferença:
     - Então, pequeno anjo, o que fazes aqui, nesta alta torre, tão só? – no tom de voz dele, havia uma mistura de arrogância, indiferença, e malicia.
     O anjo dirige o olhar a ele com a mesma indiferença, dizendo, com inocência por demais:
           - De que raça você é? – Para se desviar da pergunta do jovem, Duma fez outra pergunta. Ela não estava reconhecendo a raça da qual aquele homem pertencia.
        A criatura a olha por um tempo, seriamente. Depois diz:
      - Prazer em conhecê-la, sou Cimeries. Não reconhece minha raça, pois sou hibrido. Uma mistura de demônio e vampiro, minha cara.  – após dizer aquilo, o vampiro dá um sorriso sedutor. – Agora... Pode me dizer o que faz aqui, tão só?
        Ela o olha por um tempo, até dizer, tristemente:
       - Venho aqui todas as noites, e fico a olhar as estrelas, pensando em um futuro do qual nunca vou ter. Meu mestre me diz para sempre voltar à meia noite em ponto, pois as criaturas malignas que aqui guardam este mundo iram se retirar das sombras, e podem vir me assombrar, pois sou um ser da luz. Desobedeci às ordens dele, e fiquei aqui.
        Duma com seu nervosismo, desembestou a falar compulsivamente, até o hibrido a cortar.
     - Interessante... desobedeceu as ordens de seu pai? – Ele disse, com a mão no queixo, e com o semblante pensativo.
     Enquanto Duma esperava uma reação dele, começou a pensar em seu mestre, no homem que estava atrás de si, e algumas outras criaturas que poderiam aparecer. Tudo isso junto, confundiu sua mente, e lhe deu uma leve dor de cabeça passageira. Massageando as têmporas, ela se virou novamente para o hibrido, que agora estava a olhando.
      - Qual é o seu nome? – O homem pergunta.
     - Meu nome é... – Por um momento, a anja pensou em mentir, mas por fim falou seu nome verdadeiro. – Duma.
     O homem se aproxima, e se senta ao lado de Duma. E assim, começa uma longa conversa, que dura uma noite inteira, até o hibrido decidir se retirar, pois estava amanhecendo.
    Ela se despede, com uma abraço. Sim, um abraço. Foi bem estranho. No começo, Duma apenas o tinha abraçado, e o jovem ficou parado, sério. Mas, depois com um sorriso ele a corresponde, e logo depois desaparece.
     Logo depois Cimeries desaparecer, Duma também sorri, e sente algo dentro de seu peito que nunca havia sentido. Era uma coisa boa, um sentimento bom.
     Mas seu sorriso logo desaparece.  Ia ter um castigo, só não sabia qual. Abrindo sua lindas asas negras, e preparando-se para voar, algo a interrompe. Uma voz.
     Duma, preciso lhe dirigir a palavra, minha cara”.
    Duma congelou no lugar onde estava. Olhando para o nada, Duma falou:
       - Sim, senhor.
     “Tu me desobedeceste minhas ordens e isso terá consequências”
      - Mas mestre... Que tipo de consequências? - Duma diz novamente para a noite. Agora o nervosismo e o medo tinham tomado conta dela.
    “Como consequência pela sua desobediência, e por passar a noite com um demônio, e sentir sentimentos por ele, lhe tirarei a liberdade de voltar para o céu. Será uma anjo caído, á vagar pelo reino, estará na terra, junto com as outras criaturas, onde deverá ficar por muito tempo”.
        Duma só ficou olhando pro nada, sabia que a pessoa a qual a voz pertencia havia se retirado. Estava sozinha.

      Agora o anjo estava ali, sentada com a cabeça abaixada. Estava sentindo uma coisa, uma dor no coração que não era nem um pouco boa. A dor era a maior dor que já sentira em sua vida. E assim, seu destino estava selado pra um novo rumo.  

     



  Duma, ao sentir algo estranho tomando conta de seu corpo, percebeu que  as penas de suas asas  estavam caindo, tirando a liberdade de voar para sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário