domingo, 7 de setembro de 2014

Quando Anoitece - por Camila Bernardini



        




    Catarina olhou para o relógio, sob a mesa da cabeceira da sua cama, os ponteiros indicavam cinco horas da tarde. Logo anoiteceria, e essa certeza fez com que seu coração disparasse e sentisse aquela ansiedade costumeira que invadia seu corpo poucas horas antes do anoitecer. Mordeu seus lábios e fechou seus olhos. Deixou que aquela sensação fluísse por seu corpo e quando a inquietude dominou-a por completo decidiu levantar e começar os preparativos.
            Tomou um longo banho, sentido a água que escorria por seu corpo causando calafrios. Suas mãos deslizavam por seu próprio corpo sentido a textura macia de sua pele. Gostava de se tocar e conhecer seu próprio corpo, porém nada melhor do que os toques que aguardava mais tarde. Nada melhor do que as noites que passava ao lado dele. Nem sabia qual o nome dele, apenas que aparecia para ela todas as noites e a dominava de tão forma. Nunca tinha se entregue a alguém daquele jeito, mas com ele se sentia livre. E era apenas toda sensações e desejos. Seu corpo já apresentava pequenos espasmos quando desligou o chuveiro e foi para o quarto. Olhou para as gavetas de roupas entreabertas e decidiu que não vestiria roupas. Apenas o conjunto novo de lingerie. Uma calcinha preta totalmente rendada, espartilho também preto com rendas, e a parte do bojo meia taça, luvas que iam até a metade do braço rendadas e para completar o visual meia calça preta e cinta-liga. Terminou de se vestir e olhou para o espelho, tinha escolhido bem a cor de suas peças. Sua pele alva com o tecido negro dava um contraste bonito e sensual. Catarina ligou o som e deixou um blues qualquer tocar baixinho. Pegou taça que guardará de na escrivaninha e a encheu com um pouco de champanhe. Sentou no tapete do seu quarto, que era macio e feito de pele enquanto aguardava.
            Sentiu a brisa quando a janela do seu quarto foi aberta e sabia que ele estava presente. Seu quarto se encheu com um pequena névoa fria, mas nada disso importava. Seu coração acelerado e sua respiração já entrecortada ansiavam por sentir o toque dele. E meio que esperado e ao mesmo tempo não, sentiu quando as mãos dele firmemente agarram seu cabelo, fazendo seu pescoço arquear. Com o movimento brusco deixou a taça cair no seu tapete, mas no momento não se importava com isso. Somente se importava com os lábios dele que percorriam a extensão do seu pescoço e ouvido a fazendo estremecer e gemer baixinho. Fechou os olhos e deixou que o estranho a dominasse por completo. Sentiu quando ele juntos as mãos dela, e depois escutou o estalo das algemas que se fechavam em seu pulso. O toque frio do metal em sua pela deixou-a mais excitada e ansiosa para o que aconteceria a seguir.
            Catarina foi deitada no tapete de forma gentil, enquanto o desconhecido pegava a garrafa de champanhe e derrubava o liquido por toda a barriga dela. Quando achou que tinha sido o suficiente, pousou os lábios e começou a sorver do líquido no próprio corpo dela, descendo a língua e os lábios pela barriga, virilha até chegar ao sexo dela. E voltando a subir lentamente até o pescoço.  Catarina enlouquecida, já não conseguia respirar, seu corpo tremia em espasmos e sabia que o ápice logo aconteceria. O homem misterioso prendeu o olhar nos dela e fez sentir-se única. O olhar que ele lançou era sensual, e mostrava todo o desejo que ele tinha por ela. Após alguns segundos sustentando o olhar, ele abaixou e voltou para o pescoço dela, dessa vez suas presas já estavam postas e lentamente ele a mordeu, perfurando um pouco da pele, que ainda esta semiaberta devido a noites anteriores. Enquanto sorvia da vida dela, suas mãos hábeis já tinham arrancado às peças íntimas de baixo e quando intensificou a mordida e forma como sorvia, foi ao mesmo tempo em que invadia o corpo dela. Em movimentos sincronizados, sentiu quando Catarina enroscou a perna em volta do corpo dele e as contrações começaram. Ela gemia baixinho e seu corpo era todo tremor, os espasmos cada vez mais forte e a pela arrepiada. Cataria nessa hora queria arranhá-lo para intensificar ainda mais o que sentia, mas suas mãos estavam presas e ao se lembrar disso e excitou mais ainda e não conseguindo mais conter se entregou ao orgasmo esplendoroso que tinha com aquele homem. E sabia que também o satisfazia entregando um pouco de sua vida e de seu sangue. O alimentando.
            Sabia que agora ele sairia pela janela e só voltaria na próxima noite, sentiu quando ele soltou suas mãos, deixou seu corpo ainda mole relaxar mais e adormeceu sobre seu tapete com um sorriso nos lábios e aguardando a próxima noite.


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