Quando novamente a noite caiu, os olhos de Cassius se abriram. Estava em um estábulo. Levou alguns minutos para lembrar-se da noite anterior. Várias sensações de apoderaram dele. No que tinha se tornado, questionava a si mesmo.
- Em um vampiro.
Olhou para a ruiva que estava a um canto acariciando um cavalo preto. A mesma que tinha o salvado na noite anterior.
- Quem é você?
- Meu nome é Sarah!
- Como sabe o que eu sou?
- Não é a primeira vez que meu povoado é atacado por um da sua espécie.
- Se sabe mesmo quem eu sou porque não me matou em quanto eu dormia? Acasos não têm medo?
- Eu o mataria se pudesse.
- Como assim? Se pudesse?
- Tenho visões e não posso interferir no seu destino, você tem que cumpri-lo
- Visões! Você é uma herege! Sua bruxa!
- Sou tão herege quanto você! Já que não quer minha ajuda vou embora.
Sarah virou as costas para o vampiro. Ele com raiva pela a atitude dela, a puxou pelo braço quase a derrubando ao chão. Ela o fitou com desprezo e disse:
- Se quer minha ajuda terá que ser educado.
- Ou você me ajuda ou morre! Não tem escolha.
- E se eu morrer, qual seria a sua escolha?
Cassius sentiu uma onda de raiva apoderar-se dele. Como ele um soldado poderia ficar nas mãos de uma mulher. Uma feiticeira ainda por cima. Mas naquele momento achou melhor concordar com ela, pois não sabia o que de fato estava acontecendo e precisava de ajuda.
- Tudo bem, me desculpe pela minha forma rude.
- Desculpas aceitas.
- Me conte sobre suas visões.
- Quando você foi banhado com o sangue de Jesus, foi amaldiçoado. Essa maldição será somente quebrada quando encontrar a lança que usou para feri-lo e destruí-la.
- Então tenho que voltar onde Jesus foi crucificado.
- As coisas não são tão fáceis assim, já se passaram dez anos.
- Como assim dez anos?
- Dizem que quando você atingiu Jesus, foi para sua casa. E depois de três dias em que ninguém o encontrou foram atrás de você e o encontraram morto. E já se passaram dez anos desde que isso ocorreu.
- Isso explica por que achei que tinha sido enterrado vivo.
Sarah não conteve um riso.
- Não sei por que Cassius, o fato é que você adormeceu dez anos.
- Como sabe meu nome?
- Já disse tenho visões associei minhas visões à história e ao seu nome. O que vi é que você tem que achar a lança.
- Onde vou encontrá-la?
- Muitos homens a cobiçaram, o que sei é que esta nas mãos dos romanos. Mas não vejo sua localização.
Cassius suspirou. Seria uma longa jornada. Mas precisava quebrar a maldição. Não queria ser para sempre excomungado do céu. Em seus devaneios e temores foi desperto:
- Vou com você, te ajudarei a seguir sua jornada.
Ele olhou para talvez sua nova aliada, e se perguntou se essa seria uma boa aliança. E o que aquela mulher ganharia em ajudá-lo.
Cap4
Aos poucos Sarah foi o atualizando de tudo que havia acontecido no tempo em que permaneceu adormecido. Ele ficou abismado que o mesmo dia em que seu corpo foi encontrado e dado como morto foi o dia em que Jesus ressuscitou. Ou pelo menos era o que as pessoas diziam. Ela também lhe contou que os apóstolos tocaram o corpo de Jesus e disseram que era mesmo de carne e osso. Convencidos assim, em levar os ensinamentos que aprenderam com ele a outras pessoas.
- Mas e quanto à lança Sarah?
-O que sei é o que os rumores dizem a respeito. A lança ficou com os romanos e muitos acreditam que ela é dotada de poderes mágicos.
Cassius estava aflito com a falta de informação sobre o artefato que se não salvasse sua vida, talvez salvasse sua alma.
Olhou para Sarah e notou que os olhos dela estavam vidrados, gostas se suor escorriam de seu rosto. Ele a chamou por diversas vezes, como ela não respondia começou a sacudi-la.
Assustou-se quando um forte estrondo derrubou a porta do estábulo. Os poucos cavalos que ali estavam relincharam assustados. Olhou para fora e viu uma aglomeração com cerca de dez pessoas co tochas acesas.
- Só essa que me faltava.
- È ele, é ele que tentou profanar minha casa ontem. Só pode ter sido ele que matou Maria e veja a bruxa esta com ele.
A pequena multidão agitava, gritava muitas coisas sem sentido. Cassius apenas entendia que queriam matá-lo. Olhou novamente para Sarah e notou que ela saia do seu transe. Em um ímpeto a pegou, tentando fazer-lhe de refém:
- Se vocês se aproximarem eu a mato.
A mulher gorda que parecia liderar aqueles lunáticos e a mesma que não o tinha deixado entrar em sua casa na noite anterior disse:
- E acha que nos importamos com a bruxa?
As pessoas gargalharam prontas para invadir o estábulo e acabar com a vida daquele que julgavam serem dois monstros.
- Os cavalos Cassius!
- O que?
- Use os cavalos.
Cassius não entendeu o que Sarah queria dizer. Estava aflito para sair dali. As pessoas começavam a entrar ali quando uma voz novamente invadiu seus pensamentos “Os animais os obedecem, use-os”.
O vampiro olhou para os cavalos que relinchavam cada vez mais alto. Seu olhar fez com que os animais se acalmassem. Cassius sentiu u novo poder apoderar-se dele, uma forte energia comandava o seu corpo e tudo ao redor. Sabia que os animais estavam em transe prontos para obedecerem seus comandos. Sem pronunciar palavras mentalizou o que queria. Os animais saíram em disparada em direção às pessoas, derrubando algumas no chão, em quanto outras corriam para tentar se proteger e não se ferirem.
No meio da confusão, não notaram que apenas um cavalo continuava parado. O cavalo preto. Cassius e Sarah montaram nele. Aos poucos os cavalos voltaram a se acalmar e pararam com a confusão. Mas já era tarde o vampiro e sua aliada já haviam fugido dali.
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