Todos os sábados Juliana ficava até mais tarde no prédio em
que trabalhava. Ela gostava de lá, da altura, da visão que podia ter da cidade.
Em um desses sábados estava sentada em sua cadeira terminando uma planilha,
olhou no relógio e viu que já era mais de nove horas da noite. Assustada com o
horário e com o tempo que tinha voado, finalizou sua planilha o mais rápido que
pode para poder ir embora.
Ao
chegar ao elevador ficou frustrada, pois o mesmo não estava funcionando, e ela
teria que descer os cinqüenta andares de escada até a portaria. Com um resmungo
que foi mais um xingo, começou a descer as escadas de emergência. Tudo estava
sem luz, e ela teve que acender a luz do seu celular para enxergar os degraus à
frente. Mesmo assim a luz era pouca e
tinha que descer lentamente, com medo de tropeçar.
Quando
estava na metade do caminho, só tinha mais alguns andares para descer, viu uma
pequena luz vinda do corredor do décimo sexto andar. Intrigada com aquela luz e
curiosa como ela resolveu seguir em direção ao corredor para ver se tinha mais
alguém no prédio. Silenciosamente chegou ao fim do corredor, onde encontrou uma
porta semi aberta. De dentro havia um som baixo tocando, e um aroma doce.
Aquele aroma, aquela música, tudo foi despertando um desejo estranho nela, de
abrir a porta, e ver o que de fato acontecia ali. Colocou a mão na maçaneta
para terminar de escancarar a porta, a mesma estava fria e com o contato com sua
pele fez com que ela tivesse arrepios. Seu corpo era uma mistura de arrepios,
atração pelo desconhecido e sua mente parecia insana tentando lutar contra a
loucura que era invadir uma sala desconhecida somente por causa de sons e cheiros
que vinha dela. Mas o impulso e a
vontade falou mais alto e ela terminou de escancarar a porta.
Dentro
um pequeno escritório, sem muita mobília, mas aconchegante e de bom gosto.
Atrás da mesa ao fundo da sala, uma cadeira. E aparentemente um homem sentado
nela, de costas para a porta olhando para a parede. Juliana ficou com a respiração entrecortada e
de repente sentiu uma ponta de medo. O
que aquele homem pensaria ao se virar da cadeira e ver uma mulher parada em sua
sala. Uma total desconhecida? Notou que ele ainda não havia se movido, talvez
estivesse dormindo. Foi então que notou
a garrafa de vinho e duas taças sob a mesa. Ele deveria estar esperando alguém.
Virou-se silenciosamente para caminhar de volta ao corredor quando ouviu:
- Boa
noite
A voz dele
era doce, quase hipnótica. Ela olhou para o homem a sua frente e observou suas
feições, pele morena, era magro e tinha um rosto quase infantil. Seus olhos
brilhavam de forma atraente e convidativa. Juliana só podia estar
enlouquecendo, parada diante de um desconhecido. O observado sem dizer uma
única palavra. Desviou o olhar para o restante da sala. Foi então que notou alguns incensos queimando
em uma estante, e um pequeno rádio portátil que continuava tocando um som
suave.
Ela
pensou em apenas pedir desculpas para o homem a sua frente e sair da sala, mas
quando olhou novamente se assustou, ele não estava mais na cadeira. Mas que
horas teria se movido? Saído do lugar? Será que havia sido nos pequenos
segundos em que estivera paralisada olhando a estante? Impossível. Nos
devaneios de sua mente, sentiu quando uma mão pousou em seus ombros e quase
gritou de susto. Não precisava se virar para saber, tinha certeza de que era o
mesmo homem. Ele sussurrou em seus ouvidos:
-Não precisamos de palavras.
Apenas sinta o desejo que você esta sentindo. È o mesmo que sinto e devemos nos
entregar a ele.
Juliana
continuou parada, não conseguia falar. Sua mente estava distante e seu corpo
sentia somente o desejo daquele momento. A mão daquele homem deslizou de seus
ombros e começou a acariciar seu pescoço e logo seus seios. Ela estava em êxtase, não lembrava mais onde
estava, quem era. Só queria deixar fluir o calor da emoção. Ele lentamente
desceu o zíper do seu vestido e começou a retirá-lo. Ficando apenas de lingerie. Ela queria se
virar, olhar nos olhos dele e o beijar.
Mas ele não permitiu. Conduziu-a para um dos cantos da sala e pressionou
o corpo dela contra a parede. Suas mãos acariciavam cada centímetro do corpo
dela. Lentamente ele a beijou na nuca e foi descendo seus lábios pelo restante
da coluna e subindo novamente. Juliana gemia de prazer. Não lembrava mais quem
era ou o que queria. Só queria se entregar aquele momento. Quando ele voltou a
percorrer o caminho da coluna para a nunca, se manteve no pescoço dela. Com uma
das mãos segurou o cabelo dela e com força o puxou para trás, fazendo com que
ela ficasse com a cabeça arqueada para trás. Pousou seus lábios no pescoço dela
e ali ficou brincando por muito tempo, notando que ela estremecia a cada beijo.
O calor emanava dos dois corpos, e
quando ele percebeu que ela se encontrava completamente relaxada. O beijo no
pescoço se transformou em uma mordida, há principio um pouco dolorosa. Juliana sentiu que os dentes dele havia
perfurado sua pele, mas na mistura da dor e do prazer sentiu que o seu momento
chegará e explodiu em um orgasmo único, em quanto ele continuava a mordendo.
A dor era insignificante
comparada a seu prazer e o deixou ali, se saciar. Estava se sentindo fraca,
perdendo a visão. Tudo escurecia ao seu redor. Só as sensações continuavam
intensa, seu corpo que tremia, aquela velho e conhecido formigamento por suas
pernas e braços e o frio da sua barriga. Sua pele sentia o quanto o corpo dele
era gelado, sua audição ouvia somente o som de própria respiração. Mas nada
disso importava, só queria estar ali para sempre e continuar sentindo o que
aquele homem era capaz de fazer com ela. Aos poucos toda a sensação foi sumindo, seus
olhos se fecharam e um enorme sono a atingiu. Ia dormir ali mesmo encostada
naquela parede. Sua mente se aquietou e tudo ficou parado e quieto.
As luzes entravam pela janela,
clareando o prédio outra vez e assustada Juliana acordou. Estava deitada sobre
sua mesa. Tinha pegado no sono e adormecido ali? Estranho. Quando sua mente
começou a clarear lembrou-se da noite anterior, quando ia embora e os
elevadores não funcionavam. A sala, os cheiros, os sons... Riu de si mesma tudo
não passará de um sonho então? Levantou para ir até o banheiro lavar seu rosto.
Quando lá chegou se olhou no espelho e riu novamente. No seu pescoço de forma
discreta havia há marca de dois dentes cravados. Uma marca pequena, mas que
mostrava que havia sido real.
Com
o coração aos pulos correu do seu andar, correndo as escadarias para chegar ao
andar esperado. Chegando ao décimo sexto andar avistou o corredor que chamará
sua atenção na noite passada. Correu até o fim dele, mas dessa vez a porta
estava fechada. E não havia sons do outro lado. Notou em tão uma pequena placa
na porta com os dizeres: “Robert Cordeiro- Advocacia”. Ela bateu na porta com
força, na esperança de ver o mesmo homem abrir a porta novamente. Mas ninguém
respondeu.
-Moça,
esse escritório esta fechado há anos desde que o antigo dono faleceu.
Juliana
se assustou, nem notara que alguém passava no corredor. Viu o homem dos seus
sonhos ali. O mesmo que a beijará na noite anterior. Mas já pensando que havia
enlouquecido assentiu com a cabeça para ele e voltou pelo corredor para seu
trabalho.
O homem esperou ela desaparecer
de vista, destrancou a porta e entrou na sala.
Gostei! Muito bom! Parabéns!^^
ResponderExcluirGostei demais, a leitura é mágica, incita o leitor. Interessante como voce descreve a cena, colocando-nos dentro dela! Parabéns....!!!!
ResponderExcluiradorei gosto desse tipo de leitura prende o leitor e deixa um gosto de quero mais.
ResponderExcluirperfeito >^.^<
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