Veronica olhou-se no espelho. O tempo passava, o
temor de envelhecer continuava. Não que estivesse feia e velha. Tinha vinte e
três anos, mas sentia saudade da sua adolescência de tudo que tinha vivido
nela. Seu temor era que os anos continuassem passando. Sentia que o tempo era
curto de mais para que pudesse viver e aproveitar tudo que queria. Perdida em
seus devaneios, quase não ouviu seu celular tocando. Olhou para o visor, era
sua amiga Julia.
- Alô
- E ai vamos hoje para o Dm?
Dm era uma balada, que as duas frequentavam quase
todos os fins de semana, rolava um som dos anos 80. A maioria dos
frequentadores eram góticos e alguns outros malucos que se achavam vampiros.
Verônica achava engraçadas essas pessoas. Pensava qualquer dia vou dizer a um
deles: “È vampiro faz crescer os dentes, vira morcego e sai voando”. Mas
gostava do lugar e disse a sua amiga:
- Claro, me encontra às onze horas em frente à
estação Republica.
No horário combinado as duas estavam na frente da
estação indo à balada. Um homem de, sobretudo, delineador nos olhos e uma
palidez tão sombria que só podia ser uma maquiagem chegaram perto delas e quase
em um sussurro disse:
- Posso acompanhá-las?
As duas se entre olharam, sorriram e disseram
sim, Veronica então olhou para ele, olhou no fundo de seus olhos. Tinha uma cor
bonita. Eram azuis e ficava legal com o contraste preto do delineador. Então
ela se sentiu presa dentro daquele olhar, uma força magnética, hipnótica. Jurou
ouvir a voz dele dizendo “Logo não temerás, mas a velhice”. Mas claro só podia
ser o efeito das tequilas que tomou em outro bar, antes de encontrar Julia.
Afinal estava encarando o homem, e ele não havia mexido os lábios. E ninguém
além dela conhecia seu temor de envelhecer. Com muito esforço desviou o olhar e
disse:
- O que ainda estamos fazendo parados aqui?
Em tão todos seguiram até a entrada da balada.
Tudo corria normalmente, as mesmas pessoas de sempre. Julia encontrou com o carinha
que ficava há um tempo e logo desapareceu com ele. Verônica comprou uma dose de
vodka e foi para a pista de dança. Adorava dançar, era como se o mundo todo
desaparecesse. Como se só estivesse ela e a música ali. Nada mais! Fechava os
olhos e simplesmente sentia a música, não importava as pessoas ao redor. Não
importava nada. Só queria sentir seu corpo em movimento, em sincronia com o som
que tocava. E nesse transe da dança nem percebeu quando ele se aproximou. O
homem que as acompanhou da estação para a balada estava parado a olhando
dançar. Percebendo que ela nunca sairia daquele transe, tocou sua mão. Só assim
ela abriu os olhos. Ao ver quem era sorriu e disse:
- Nós nem nos apresentamos, não sei seu nome.
- Não tenho nome, pode me chamar do que quiser.
- Como assim não tem nome?
O som estava alto novamente, e a conversa ficou
pelo ar. Veronica dançava, só que agora inquieta com aqueles olhos azuis que
não paravam de encará-la. A presença daquele homem sem nome era forte, tinha
uma energia estranha. De repente sentiu que ele pegava em suas mãos. Começou a
dançar com ela. A pele dele era fria, fria de mais para uma época de calor.
Sentiu medo daquela pele gélida, vontade de correr. Mas algo a prendia ali. Ele
então a beijou, um beijo intenso, prometendo outros toques intensos. A mão dele
percorria todo seu corpo, até que a colocou por baixo da saia dela. Na mesma
hora ela se afastou. Olhou para ele e disse:
- O que é isso? Mas quem é você afinal?
- Vou te dar o que sempre desejou!
- Nunca desejei ser agarrada em uma balada...
- Isso só faz parte do processo, quanto mais
prazer sentir menos doloroso será?
- Você deve ser outro desses malucos...
Ele não respondeu a beijou com força, jogando seu
corpo contra parede. Verônica tentou resistir. Mas a verdade é que estava
sentindo prazer naquilo. O beijo parou, ele desceu para seu pescoço. Alguns
beijos e ela disse:
- Me morda!
- Tem certeza?
- Sim
Ele então a mordeu. Verônica sentir uma dor
prazerosa nunca sentida antes. Podia jurar que estava gozando apenas com aquela
mordida. Foi sentindo-se fraca, seu corpo amolecendo e caiu. O homem estranho e
sem nome a segurou pelos braços, afastando ela da pista para que as outras
pessoas não percebessem. Foi então que rasgou sua camisa, com sua própria unha
fez um corte em seu peito. Algumas gotas de sangue escorriam lentamente do
peito a barriga. Colocou então a garota por sobre seu peito. Na mesma hora que
sentiu aquele cheirou doce, Verônica despertou lambendo o peito dele. Quando as
primeiras gotas de sangue mergulharam por sua garganta a fome era voraz, desceu
lambendo até as gotas que escorriam para a barriga.
Algumas pessoas ao redor começaram a olhar,
estava escuro não perceberam o sangue. Mas estavam incomodadas com a cena.
Quando finalmente Veronica saciou sua fome, voltou a beijar o homem estranho
com tanta luxúria e desejo que pensou fosse explodir com as sensações.
- Me possua Mestre
Ela achou estranho chamá-lo de Mestre, mas
naquele momento seu único desejo era ser possuída por aquele homem estranho.
Não conseguia pensar com sanidade. Afinal que diabos acontecia com ela?
Ele levantou a saia dela, e a penetrou. Depois de
alguns minutos, Verônica gemia e seu corpo tremia levemente. Tinha tido um
orgasmo, como nunca tivera um.
- Agora você é imortal.
- Do que esta falando?
- A transformei em uma criatura da noite como eu.
- Vampiros?
- Pode chamar de vampiro se assim preferir. Nunca
mais envelhecerá! Terá todo o tempo do mundo para desfrutar de todos os seus
desejos.
Veronica ficou assustada. Mas sentia uma ponta de
prazer. Achou que ele mentia, foi então que olhou para a camisa rasgada dele, e
os restos de sinais de sangue. Realmente não podia duvidar do que via. Seria um
monstro? Não seria muito mais. A partir dali ela mudaria sua vida. Viveria, não
envelheceria. Sorriu ao homem e disse:
- Posso saber seu nome?
- Me chame apenas de mestre!
Adorei também, só um conselho " cuidado com a igualdade em certos momentos do conto em relação aos outros" ....voce está indo muito..muito bem minha filha...bj
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