quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pequena Sophie parte final por Isabela Santos



Nta: Eu escrevi a primeira parte dessa história e convidei a Isabela Santos para escrever a segunda parte da Pequena Sophie. Isabela com doze anos já tem um talento incrível para escrever e uma imaginação maravilhosa. Apreciem:





Aquele só podia ser um dia mais que infeliz. A fada não queria que fosse assim. O vampiro... ele era tão doce, disse que a admirava, A sua mordida, foi tão doce...nada da dor que imaginava ser. Porque era tão incompreendida? Sophie estava se sentindo péssima. Depois de chorar tanto, estava com muita dor de cabeça. Como iria aguentar aquilo? Ela não suportaria. Isso era uma história de amor impossível, eles não eram da mesma natureza, e ela fora feita para ser rainha do lugar onde vivia. Mais será que ela era capaz de abandonar tudo para viver uma história de amor, que talvez nem exista? Ela não sabia se o vampiro tinha usado seus poderes sobre ela, e isso era cortante.
De repente, ela se lembrou de Uma história. A história que todos deveriam saber. O conto estava em um livro sobre lendas, que a fada leu, e gostou muito. Falava sobre a lenda do Sol e da Lua. Talvez a história mais triste que já tinha lido. Ela lembrava direitinho do acontecido com a Lua e o Sol:
“ Uma infinita escuridão cobria todo o universo. Então, Um deus, criou o sol, Guaraci, para iluminar todo o universo com sua luz. Certa vez, Guaraci ficou cansado, e precisou ir dormir. Enquanto fez isso, a escuridão voltou a se impor no universo. Então esse deus, criou Jaci, a lua, para iluminar o universo enquanto Guaraci, o sol, estivesse dormindo. Num breve instante, enquanto Guaraci acordava, e Jaci ia dormir, os dois se viram e se apaixonaram. Mas, infelizmente, eles não podiam ficar juntos. Então, esse deus criou Rudá, o amor, para ser mensageiro do casal. O amor Rudá, não conhecia a escuridão, nem o impossível. Dia ou noite Rudá podia dizer à Lua o quanto o Sol a amava, e podia dizer ao Sol que o seu amor era correspondido. Atendendo a um pedido de amor do Sol, esse Deus criou as estrelas, para que pudessem fazer companhia para Jaci, a Lua, durante o dia. Mas, mesmo assim, Jaci estava triste. Então, esse Deus com sua bondade infinita, Criou o eclipse, fazendo com que o Sol e a Lua se encontrem de vez em quando, e fazendo com que a afirmação seguinte é possível: O amor não é impossível, e sempre vence as barreiras.”
 A fada realmente se lembrava da história. E isso a deixava triste. O fato de não poder amar o vampiro. E ela se via nesse caso como o Sol e a Lua.
      Sophie, neste momento, sentia que estava  dentro da própria história. Sentiu vontade de chorar de novo. Olhou para as estrelas. Foram feitas para fazer companhia para a Lua. Mais a Lua ainda se sentia solitária, sem o amor do Sol, que para Sophie,era um guerreiro. “...Os vampiros são seres do inferno querida, dizia seu pai, eles são seres das trevas, maldosos por natureza, eles não pensam duas vezes antes de morder alguém e tirar-lhe a vida, só para saciar a fome incontrolável que esses demônios têm por natureza. O sangue e a luxuria são os modos que fazem esse ser viver. Nunca se deve confiar em nenhum monstro dessa espécie, pois você estará dirigindo a si mesma ao próprio diabo em pessoa, ou melhor, em morto-vivo entendeu?”
A lembrança triste, a fez querer chorar de novo. O vampiro não podia ser assim tão mal. Ela se sentiu atraída por ele, sentiu como se estivesse vendo sua alma gêmea. Sentiu como se fosse um amor à primeira vista. Mais o amor é bobo, e às vezes cego. Ela podia muito bem estar sendo enganada. Então ela se lembrou das palavras do vampiro: “Você não entende minha fada. Eu a amo tanto. Sua luz, energia e beleza me deixam extasiado. Mas devido a minha maldição só quero admira-la de longe. Não quero de forma alguma te machucar”.
 O vampiro tinha mordido a fada. Isso foi diferente. Um sentimento diferente. Os pensamentos de Sophie estavam embaralhados. Ele disse que a amava. Por que teria motivo para mentir? Por que iria machucá-la? Não tinha motivo para isso. Olhou para a Lua. Sim a linda Lua, magnífica deusa, com seu brilho majestoso e carinhoso. Sensível e perdida com suas lamurias, sempre com seu jeito Angelical, e perdida em seu amor, o sol. Como dois seres diferentes por natureza podiam se apaixonar? Como eles iriam viver? A fada estava pensando demais, e fazendo pouco. Ainda estava se sentindo cansada pela mordida, pois o Vampiro drenou um pouco do seu sangue. E ainda estava confusa sobre os seus sentimentos. O fato de talvez o vampiro não gostar dela, a cortava como se fosse uma adaga feita perfeitamente para o seu coração, que já estava sendo enfiada, e ao mesmo tempo perfurava-lhe a alma profundamente.
 A fada estava mergulhada na tristeza, a sua alma estava perdida em suas lagrimas, afundada num mar de repentina solidão, onde angustia e escuridões se encontram. Mais ela não podia ficar parada. Repentinamente, saiu do galho da delicada arvore, e começou a voar de um lado para o outro, pensando em um plano. Até uma coisa interferir: Cassius.
Ele veio voando por trás, e a pegou de surpresa. Estava com cara de descontraído, mais seus olhos estavam brilhando de preocupação. Ele contrai os lábios, até eles formarem uma fina linha. Depois de alguns minutos de silencio, ele pergunta bem baixinho, e bem devagar:
-O que aquele monstro fez com a minha querida fada? Olhe para você! Está toda chorosa por esse vampiro! – ele inspirou profundamente o ar, profundamente irritado.
 - Eu já disse! Ele é bom! – gritou Sophie, desesperada
. - Ele não é bom Sophie! O que você vê nele? – grita Cassius
 - Eu acho que o amo- sussurra Sophie.
 - Como pode fazer isso comigo? Esse vampiro te seduziu Sophie! - gritou Cassius, que logo agarrou a fada, e a trouxe junto de si - eu a amo, não faça isso comigo! Volte a ser a ser a minha fada, minha esposa! Minha querida Sophie, venha agora para a assembleia, e prove que você me ama! Casa comigo e una os laços de nossas famílias!
 Ao dizer isso, Cassius puxa Sophie para um beijo de forma violenta. A fada não gostou nem um pouco desse beijo, e com toda a força tentou se afastar de Cassius, que ficou surpreso com a reação dela. Ela também surpreendeu-se com sua repentina repulsa. Ela estava se sentindo diferente. Olha para Cassius, confusa, e ele com a mesma reação. Então, com pensamentos embaralhados, ela retira-se da presença dele bruscamente. Precisava refletir mais! Não, ela não podia ficar parada. Tinha que tirar Israel de lá imediatamente!
A fada já estava decidida! Ia escolher Israel. Por mais que ele só tivesse a usado. Ia lutar por este amor, que talvez existisse apenas em sua imaginação. Ela sabia que estava sendo tonta, mas ao lembrar-se do olhar apaixonado do vampiro, e suas palavras, o coração parecia pulsar mais forte. Mas, e se ele apenas usou seus poderes sobre mim? Expulsou esse pensamento da mente. Pensou-: Se quero uma coisa, tenho que lutar por ela. A biblioteca da cidade das fadas estava cheia de novidades, mais também cheia de antiguidades raras que podiam ser desfrutadas livremente. Foi lá que ela pensou em achar o seu lugar, seu cantinho, onde poderia se ajustar, e descobrir alguma coisa que podia lhe ajudar. E foi para lá que ela foi.
Ao chegar pegou o primeiro livro que viu na parte de romances, precisava ler para abrir sua mente para novos planos, novos lugares. O Livro Falava sobre amor. Iria ajuda-la a se ajustar no seu mundo, sua mente que estava embaralhada. Precisava saber mais dessa coisa às vezes complexa, às vezes simples chamada amor. Lá estava Um conto sobre um amor sobrenatural. Ela abriu em uma pagina qualquer e se deparou com o seguinte: Em nome do amor, eu digo: não existe regras para se amar. Se essas regras existirem, elas devem ser quebradas. Porque amar não é uma escolha, e sim um acontecimento inesperado. Por tanto, não sabemos por quem vamos nos apaixonar, só sabemos que se for verdadeiro, devemos insistir e lutar por ele. No amor, não existe raça, idade, cor, ou o que quer que seja. O amor sempre acha um modo de se instalar, nos lugares mais impossíveis de se acontecer. Para o amor não existe a palavra impossível. A fada fechou o livro. Lagrimas caíram por seu rosto. O que fazer com esta dor da separação que assola o meu coração. Quantas coisas passam pela minha mente: família, tradição, amor, paixão, vida e ilusões. Não, não pode ser ilusão o que estou sentindo por Israel. Isso só pode ser amor, porque este encontro provocou em mim um sentimento único que tocou profundamente o meu ser .    Aprendi que o amor é um sentimento sublime que une almas e transforma até o que é impossível. Eu não quero magoar ninguém, mas tenho o direito de lutar por minha felicidade. O que estão fazendo com Israel é injusto, é julgamento errado. Nem tudo que parece ser ruim é ruim e nem tudo que parece ser bom é bom. Enganamos-nos com as pessoas e suas reações, por isso eu creio na bondade do meu amado vampiro. Pensou a fada.
 Realmente a fada Shophie não estava errada em relação a sua visão sobre Israel. Mesmo sendo vampiro, cujas características são de um ser frio e que não se importa com ninguém, Israel foi transformado pelo amor, fruto do encanto e doçura de Shofie que há tempos vinha sendo observada na floresta. Noite após noite o amor daquele vampiro foi crescendo e transformando seu coração de pedra em um coração revestido de um amor puro como o de Sophie. Mas o que fazer? Pensava Shofie embrenhada na floresta. Neste momento se suprema angustia, pois sabia que ao amanhecer seu doce e amado vampiro seria exposto ao sol para morrer na presença de seu povo. Antes de colocar seu plano em prática, ela precisava de uma coisa: Conselhos. Mais não seria de uma pessoa qualquer, e sim da velha bruxa da floresta. Sim ela mesma. Como ela era uma bruxa, poderia ajudar. Não demoraria muito chegar até a casa da velha. Ela poderia lhe dar bons conselhos, e poderia lhe ajudar na sua situação. Tinha escolhido a mesma, porque era muito sábia, e sempre várias pessoas a procuravam para pegar poções, desabafar suas lamurias e etc. Enfim, a fada voou para a casa da bruxa, esperando lá encontrar um conselho. Ao chegar lá, bateu e esperou a velha atender. Na hora em que atendeu, a velha olhou para a fada fazendo uma careta.
Sophie disse:
 - Eu preciso da sua ajuda! Não sei o que fazer!- disse chorando.
 - O que aconteceu garota? Para você vir a um hora dessas aqui em minha casa....
 - A senhora... Me desculpe vir a essa hora, mais algumas coisas estão.... daí então...eu achei que a senhora podia me ajudar. – A fada mal conseguia formular as palavras, deixando-as inacabadas. Frustração e tristeza estavam estampadas em seu lindo rosto. A velha bruxa acolhe Sophie em sua casa, e a fada acaba contando tudo para a velha. Rosana ( nome da própria) , disse muitas coisas, sendo elas sobre amores, reinos e tudo mais. mas uma chamou sua atenção:
 - Minha querida- Falou ela, bem devagar- Você terá que escolher entre sua família, e o vampiro. Uma coisa eu digo: Se você escolher o vampiro, sua natureza não vai deixar você viver esse amor. Para isso você vai ter que sacrificar sua natureza. Mais nisso eu não vejo problema. Mas Você terá que deixar de ser uma Rainha, deixar seu povo, irá virar a traidora, o fardo que o Reino em que viveu teve. Isso vai deixar marcas em seu povo. – a velha fala, friamente.
 - Entendo – diz a fada, tristemente. Ela talvez fosse fazer isso, destruir seu povo por um amor. Como ficaria, vendo o seu povo se destruindo sem uma Rainha? Mais depois de pensar alguns minutos, ela fala:
- O que quis dizer com “ para isso você tem que sacrificar sua natureza, Mais isso não vejo problema”?
 - O vampiro te mordeu não foi?
 - sim
 - Está Se sentindo mudada?
- Sim...Mais ou menos...
 - Me diga o que está sentindo
- Um pouco mais de raiva, me sinto mais forte, mais desafiadora... – A fada nem tinha terminado de falar, porque a bruxa já tinha a interrompido.
- Isso pode ser fruto da mordida. Ou seja, você pode estar se transformando.
 - Como assim? – a fada ofegou.
 - Isso mesmo querida! Agora, vá, porque eu tenho muitas coisas para fazer. – Diz a bruxa, já empurrando a Fada para fora de sua casa, mas antes que a bruxa pudesse bater a porta na  sua cara , Sophie perguntou:
- O que acontece se eu abandonar o meu reino?
 Depois que Sophie fez a pergunta, a bruxa hesitou. Olhando tristemente para os olhos da fada, disse:
- Seu pai e sua mãe ainda estão vivos, poderão ter outros filhos se quer saber. Mais seu pai e sua mãe ficaram muito felizes quando souberam que teriam alguém para governar depois deles. Eles vivem para te ensinar tradições e modos para ser rainha. Imagine a tristeza deles, ao saber que sua filha que fora criada por anos pra ser uma rainha, irá abandonar o cargo para viver um amor por aventura? Claro, se você estiver se transformando em vampira, não poderá viver mais em seu reino. Seu pai e sua mãe irão governar até gerarem outro filho. Mas a primeira filha deles será uma decepção. Porém, são de 100 % as chances de você estar se transformando. Isso é só uma etapa que vai se passar, mas acabará a metamorfose e você vai se transformar em uma criatura das trevas. Agora, eu não posso mais falar, porque tenho muitas coisas a fazer. Boa noite, Sophie – e assim, a bruxa bate a porta na cara da fada.
O que ela iria fazer? Não queria abandonar sua família. Mais se tiver se transformando, terá que fazer isso. Por este e outros motivos ela não queria virar um fardo para o seu reino. Mas a bruxa disse que ela podia estar se transformando. Sendo assim, pelo menos, poderia viver ao lado de Israel. Seus pais iriam governar o Reino até ter outro filho nascer. Mas, e se eles não tivessem e morressem? Alguém seria eleito, pensou a fada. Esses pensamentos estavam embaralhando sua mente. Mas uma única coisa estava em sua mente, e a fada estava determinada a fazer: Resgatar Israel.
 A masmorra era dentro do próprio palácio onde vivia. Ela sempre sabia a rotina de lá. O guarda tinha dormido em seu posto, como sempre dormia em seu turno. Sophie tinha conseguido entrar na prisão, enrolando outro guarda que estava de plantão com um papo furado. Enrolou também outro guarda que estava em um canto do lugar horrendo, e perguntou onde Israel estava. Primeiramente, ele desconfiou, disse severamente que não poderia liberar essa informação, e que estava indignado, ao saber que ela, a futura rainha, queria ver a tal criatura, mesmo depois do acontecido. Mais depois de um bom papo, dizendo que o rei tinha dado permissão, ela conseguiu convencer o guarda a levá-la onde o vampiro estava. O plano, até àquela hora, estava um pouco fácil. Mas que venha a parte difícil- pensou a fada. O guarda a leva até um corredor, onde grossas portas bem revestidas por um aço especial prendiam o jovem vampiro. A fada olha o horrendo lugar, todo mofado e sujo. Com certeza, era realmente, o lugar onde uma verdadeira pessoa com muita maldade no coração devia estar. Mas o seu vampiro era bom, ele podia ter tirado vidas, mas ele era bom. Ao chegar o local onde Israel estava preso, viu que estava cheio de guardas na entrada. O chefe dos guardas hesita muito, acha estranha a atitude de Shophie, mais acaba por acenar para os demais guardas que estavam em seus postos para a deixarem entrar no canto escuro onde seu vampiro fora colocado. E lá estava ele. A imagem mais lastimável que já tinha visto. Estava de cabeça baixa, preso a parede por dois pares de um tipo de algemas, e todo enrolado em correntes de prata. Ele estava sangrando, e isso fez os olhos de Sophie marejarem. Mais não era hora de chorar. Um misto de raiva, muita raiva e de frustração, invadiram o coração de Sophie, que por sua vez, virou-se para o guarda, e olhando-o fixamente disse:
 - Pode me deixar sozinha por uns instantes com ele?
 - Deixar você com uma criatura dessas? Uma criatura que te mordeu te hipnotizou. Mesmo acorrentado, ele ainda é perigoso.
 - Não se preocupe, comigo ele não é perigoso, e, além disso, o rei me deu permissão para estar aqui. Não vê que está acorrentado, então está fraco, portanto não poderá me fazer nenhum mal, ok?
O guarda a olhou furioso por uns instantes, mas depois, saiu. Sophie olhou o vampiro de novo. Ele estava acabado. Todo sangrando. A imagem do vampiro sendo torturado lhe veio a sua mente, e isto a angustiou profundamente. A raiva e a frustração se transformaram em algo maior, uma coisa que lhe pesou o coração, e uma força invadiu sua alma. Se aproximou dele, hesitante. Tocou seu rosto. Ele era frio, seu rosto bonito estava machucado. Ao tocar o vampiro, Ele abriu os olhos. Estavam vermelhos como sangue. Ao levantar a cabeça e ver a fada, ele piscou os olhos, que voltaram a ser verdes. Passaram alguns minutos de um silencio mortal. Quem acaba por quebrar o silencio, foi o vampiro.
 - Você? – sussurra Israel, com a voz fraca.
 - Sim, sou eu, sua fada. – diz Sophie, com olhos marejados.
- Minha amada nunca vou esquecer a sua doçura. Nunca vou esquecer o seu olhar. Nunca vou esquecer como você é a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Você com toda sua luz e cor, iluminou a minha vida opaca, você trouxe admiração aos meus olhos, uma coisa que não sentia a muito tempo em minha vida pacata e chata, sempre marcada pela estranheza de minha vontade, que é de beber sangue.
 - Israel... – disse Sophie, com lagrimas escorrendo pelos olhos.
 - Não, me deixe falar primeiro. Saiba, que por mais que o destino, que as vezes é muito mal com a gente, as vezes acaba pregando peças, e colocando pedras em nossos caminhos, te dá a chance para você escolher, entre levantar ou ficar no chão. Ele pode te matar, mas aprenda que isso é só uma oportunidade para reconstruir o que você fez. Às vezes é a oportunidade para reconstruir o que nós próprios fizemos, e conseguir o perdão de quem ofendemos. O destino sempre lhe dará a oportunidade para você fazer escolhas, e é essa a escolha que estou lhe dando. – diz ele, todo sério.
 - Porque está falando isso? – pergunta a fada, não entendendo onde ele queria chegar.
- Minha querida, o destino pode ser bom. Olhe, ele te trouxe a mim. Mais ele, que sempre gosta de pregar peças, me trouxe aqui, e agora estou pronto para ser queimado a luz do sol. Mas não posso esquecer, que algum dia houve amor entre nós. Eu estou dizendo isso, porque estou sentindo, no fundo do um coração, que está acontecendo alguma coisa com você. Estou dizendo, que acabei te transformando em vampira. Mas, a minha mordida não foi o suficiente para te transformar por completo. – O vampiro olha Sophie seriamente – o que quero dizer, é que eu não quero te pressionar, mas você terá que escolher entre mim, seu reino e sua família. O efeito da minha mordida passará com o tempo, e se você quiser poderá ficar com sua família. Mas se quiser ficar comigo, lhe darei uma mordida final, onde nossos laços se encerrarão, e você será vampira para sempre. Só não sei se seu coração cheio de amor e luz, aceitará ficar cheio de trevas e ódio, não sei se o seu coração vai querer ser alimentado pelo medo, que será a coisa que mais verá ao se transformar em uma vampira. Você verá de tudo e um pouco mais, então só quero te avisar, e quero que faça sua escolha.
 - Eeeu-eu não estou entendo... mas, deixe-me tirar você daqui primeiro. Eu sei um modo de lhe tirar desta prisão – Gaguejou Sophie, entre lagrimas.
 - Meu amor, não chore. Estou dizendo que será impossível viver um amor onde sua família ou eu estarei entre ele. Eu sei, que quando se ama, você enfrenta todas as barreiras, mais é muito difícil um vampiro como eu, se controlar. O melhor a fazer, é uma escolha. E antes de você me tirar daqui, quero saber qual é ela.
- Que patético, parabéns ao casalsinho ridículo – Uma voz fria e raivosa vem da porta da prisão. Era de seu pai. Ele estava com Cassius e o guarda que a havia trazido ali, e mais alguém. Junto deles, havia uma moça loira, bonita, com pele branquinha e olhos verdes. Conheço esses olhos de algum lugar...
 – Por favor, continue essa cena tocante, quero ver mais dessa cena de amor idiota.
 - Pai?
 - Meu Rei, peço que mesmo sendo sua filha, mate essa traidora junto com o vampiro! – diz Cassius, apontando um dedo acusador para Sophie – Sua filha é um fardo, que não precisa ser carregado por nosso reino! O rei olha sua filha com decepção e raiva nos olhos
– Sophie faça o que o vampiro falou. Neste momento escolha. Você escolhe a mim, sua mãe e a Cassius, ou esse ser, do qual sinto repudio?
 - O senhor ouviu até que parte de nossa conversa? – pergunta o vampiro, surpreendendo a todos, incluindo o Rei.
 - Cale- se vampiro inútil, estar se dirigindo a você, é estar se dirigindo ao próprio diabo em pessoa. – diz, com o rosto em chamas de tanta raiva – mas, mesmo assim respondendo a besta que você é, eu ouvi só a ultima parte – diz o rei com olhar pensativo.
 - Ela está se transformando, e assim eu lhe dei a escolha de carregar um fardo. Talvez sua filha seja uma vampira. Acolheria sua filha mesmo assim? O rei, confuso, olhou o vampiro por alguns instantes. Depois disso, um olhar de compreensão passou por seu rosto.
– O que? Já parou para pensar no que você está dizendo? NÃO! MINHA FILHA NÃO É UMA VAMPIRA! - o rei berrou com toda sua força – ELA..... ELA NÃO PODE TER FEITO ISSO! ELA NÃO VAI NOS TRAIR! GUARDAS! LEVEM MINHA FILHA PARA O SEU QUARTO IMEDIATAMENTE, E TRANQUEM-NA LÁ.
 Sophie nunca tinha visto o rei tão furioso. Sempre viu o seu pai sendo amoroso e compreensivo. Mais furioso assim? Jamais tinha visto. O que a tirou de seus devaneios, foi dois pares de braços lhe agarrando e tirando-a de lá a força. Sophie gritou e se debateu o máximo que pôde, mais suas tentativas de escapar foram inúteis. Por fim, acabou sendo levada ao seu quarto, e trancada lá. Ela ficou esperando alguns minutos de desespero, até o seu pai, junto de sua mãe aparecer.
- Filha? – sua mãe, sempre com sua doçura e delicadeza, disse. A mulher tinha seus lindos e bem cuidados cabelos negros presos em um coque. Pele alva, e olhos verdes iguaizinhos o da filha. Aparentava ter 30 anos, com pequenas rugas nos olhos. Sua doçura e gentileza, encantava a qualquer um. Ela tinha os mesmos traços de sua mãe.
 - Sim mãe? – Diz Sophie, entre soluços, deitada abraçada em seu travesseiro.
 - Oh, filha – a mãe estava chegando perto de Sophie, quando seus pai a interrompeu:
 - Pare minha esposa. – e assim, submissa que era, a Rainha fez o que lhe foi ordenado.
 - Filha – o rei disse, bruscamente – Se vista de preto, amanhã você terá uma besta para enterrar – os olhos de seu pai estavam queimando. Ele era um homem alto, másculo, Olhos verdes, e cabelos negros. Muito bonito. Mais neste momento, Sophie estava com raiva demais para admirá-lo.
- Você não pode fazer isso! Não tem coração? – gritou Sophie
- Eu tanto posso, como vou fazer isso Sophie. Fique quieta agora! Amanhã verá seu vampiro ser queimado a luz do sol, e essa praga que caiu sobre você será exterminada - Diz seu pai com frieza.
- Mas... Pai! – grita a fada
- Mais nada Sophie, tenha uma ótima noite, E sonhe com seu vampiro , seu ultimo sonho que será a ultima lembrança que terá dele, porque não vai restar mais nada em você, só restará sua perdição. O hipnotismo que ele tem sobre você acabará, e você vai ver que ele nunca foi quem você pensava ser. – o Rei só queria jogar palavras, como se fossem adagas bem afiadas prontas para ferir. As suas palavras, ou seja, adagas de ódio e repúdio estavam ferindo-a em seu corpo e sua mente. O rei só queria corta-la com suas palavras, só queria deixá-la para baixo. Ela não ia ficar assim. Antes de Sophie sequer dizer alguma coisa, a porta foi fechada em sua cara, pela segunda vez no dia. Ela não podia fazer nada, estava trancada em seu quarto. A única coisa que poderia fazer era deitar, e mais uma vez, se afogar em suas lagrimas. Mas antes disso, resolveu ler um livro sobre seres sobrenaturais que se amaram... e o amor havia dado certo.
 Algumas horas depois... Já era hora. O amor de sua vida iria ser morto. A fada não estava acreditando nisso. Sua esperança, seu amor, tudo ia ser sacrificado, tudo ia ser queimado a luz do sol, junto com seu vampiro. Eram quatro horas e cinquentas minutos, O vampiro já ia ser queimado logo nos primeiros Raios de sol, que eram sempre os mais fortes. Mas qualquer que fosse o raio, ele seria gravemente ferido, até tostar. Os preparativos já estavam sendo feitos, e todos estariam de preto, zombando da raça infernal. Inclusive ela. O sofrimento, a frustração, sentimentos que nunca havia sentido na vida, ela agora sentia. Raiva, ódio, e medo. Decepção. Angustia. Tudo junto e misturado. Ela se sentia forte, mas aquele turbilhão de emoções, a impediam de sentir alegria nisso. Não acreditava que por trás do rosto Bonito e simpático, amigável, amoroso do pai, estava um homem frio e calculista. Seu ódio por criaturas da noite alimentava sua sede de proteção a Sophie. Mais ela entendia que tudo aquilo era fruto dos seus feitos. Ela estava colhendo o que tinha plantado. Seus devaneios foram interrompidos por uma empregada:
- Senhorita, o rei autorizou você falar por seus últimos instantes com o vampiro. – diz a criada bem baixinho.
- Estou? – mal tinha acabado de falar, a criada já a tinha deixado. - mais uma vez, batem a porta em minha cara. Já estou ficando de saco cheio disso. – disse a fada, se levantando e indo até a porta.
Era como um pesadelo. Aquilo só podia ser um pesadelo. Neste momento, a fada olhava para uma espécie de tronco no meio da praça onde Israel já estava amarrado. Ele estava com a cabeça encostada, de olhos fechados. Todo sujo, e coberto de correntes de prata. Sophie hesitou um pouco, mais logo se aproximou de Israel. Ao se aproximar, ele sorriu e disse:
 - Olá minha amada. Veio presenciar minha destruição... não acredito que vai acabar assim. Saiba que você irá ser meu eterno amor e... – Sophie estava impaciente com declarações de amor.
 - Meu vampiro, Não é hora de declarações amorosas. Eu só quero lhe pedir uma coisa.
 - Claro, pode dizer minha amada – diz o vampiro, um pouco surpreso.
 - Quero que você me morda,e me torne sua vampira. Eu pensei muito, muito sobre isso. Acho essa atitude que estão tomando incerta. Antes que você diga alguma coisa sobre trevas, ou alguma outra coisa, quero que me morda, agora, neste momento, e depois que isso passar, eu te explico. – diz a fada seriamente.
 - Mais eu... – Antes que o vampiro possa falar novamente, a fada o interrompe:
- Morda logo! – ela estica o pulso até a boca do vampiro, que a fica olhando até finalmente dar- lhe uma mordida. O que Sophie descobriu no livro que leu, é que ela poderia imunizar seu vampiro do sol. Como seu sangue é puro e cheio de luz e amor, o vampiro agora, não iria queimar ao sol. Se ela se transformasse em vampira, Iria ser metade fada metade Ser das Trevas. Depois disso, Ambos estariam livres da luz do sol. Depois de saciado de seu sangue, o vampiro parecia mais forte. Mais agora era hora. Já estava amanhecendo, e as fadas estavam aparecendo para assistir a execução. A fada esperava que isso desse certo. Mais ela estava ali, dando seu sangue ao vampiro, e eles não poderiam perceber. Saiu de perto de Israel Discretamente, esfregando o pulso. Estava se sentindo estranha. Sussurrou baixinho para o vampiro:
 - Vai dar tudo certo.
 Depois de mais alguns minutos, as fadas foram chegando, e a hora também. Os primeiros raios de sol, já brotavam do céu e Sophie estava estranha, sentindo tontura. Devia ser só nervosismo. Mais na hora em que o amanhecer chega, as fada, antes de perceber, viu-se desmaiada, Enquanto um explosão de cores, preto e vermelho.
Ao acordar, Sophie vê que está nos braços do vampiro. Ele a olha com aquele rosto bonito e sorridente. Como ela foi parar lá? Ah, é.
 - Você não iria ser queimado meu vampiro? – diz ela sorridente.
 - Acho que você me salvou
 Aquele rosto muito bonito estava lhe dando um frio na barriga. A realidade abateu Sophie como uma faca.
- C-Como conseguiu? Como Conseguiu sair? – diz a fada, assustada.
 - Resumindo? Bom, Teu pai viu que eu não estava queimando, e tinham percebido que você tinha desmaiado, minha amada – ele repira fundo – depois disso, juntando os fatos, o Rei percebe o que aconteceu a ti. Nós fizemos um acordo, e você poderá visita-lo de vez em quando. E é isso que eu gostaria de lhe falar.
 A fada estava confusa... Ah sim, agora ela tinha lembrado... Ela tinha escolhido o caminho das trevas, agora iria ser vampira.
 - Eu não sei o que dizer minha fada, só sei que... – Ele não disse suas ultimas palavras, porque antes de  dizer a fada o beijou. Um lindo beijo doce, e sereno.
- Você terá que abandonar sua família, seu reino deixar de ser rainha – O vampiro disse tristemente – Mais poderá visita-los quando der.
- Tudo bem – disse a fada se sentando ao lado do vampiro e sorrindo. Ela abre as suas asas e deixa as luzinhas passear. Um sorriso aparece em seus lábios. Ela estava feliz. Feliz ao lado de Israel.
 - Espere um minuto... Onde eu estou? Agora sou vampira?
 - Você está em minha casa minha amada, e sim, você é vampira agora.
 A fada o olha por alguns instantes, tinha um milhão de perguntas para fazer, mais se segurou.
 - Doce fada da escuridão, Majestosa fada da sedução, Dona de meu coração, estou a mercê de ti, Minha pequena Sophie.


5 comentários:

  1. Gostei! Precisa burilar um pouco para deixar a escrita um mpouco mais fluida, mas está bom.

    ResponderExcluir
  2. Ain eu não sei se vão gostar, mais eu fiz com muito carinho, e adorei fazer parceria contigo Mila. Muito obrigado por deixar. Te love literalmente <3

    ResponderExcluir
  3. adorei mas agora to mais carente que antes mais ta lindo amiga

    ResponderExcluir