domingo, 20 de julho de 2014
Amor, vida e morte por Camila Bernardini
Paola encontrava-se em seu quarto, as luzes todas apagadas deixavam tudo na mais completa solidão, assim não mostrando a face da menina, verdadeiramente banhada pelas lágrimas que insistiam em rolar pelo seu rosto sem cessar. Com força abraçava seu travesseiro, como se ele fosse dar proteção e a protegê-la do vazio que se apoderava do seu ser em dias nostálgicos como aquele, onde era pega lembrando-se da noite mais especial de sua vida, e que um ano depois se tornaria a mais maldita que pudera viver.
Fechou os olhos para que as lembranças fortemente ainda vividas viessem à tona de uma vez, deixando- a mais indefesa no completo vazio e solitário quarto. Vieram as cenas daquela noite, onde com suas três amigas e uma prima, decidiram matar aula e ir encontrar uns amigos no Led Rock bar.
Iam todas felizes conversando, algumas garrafas de bebida barata e maços de cigarro, acompanhavam as garotas, que resolveram fazer o trajeto de uma hora em meia na caminhada. Elas gostavam do ar da noite, da sensação de aventuras. Todas tinham nada mais nada menos do que quinze, dezesseis anos, e estavam agora começando a aventurar-se pela madrugada a fora.
Chegando ao bar, sentaram em uma mesa do lado de fora, e logo pediram vinho. Alguns goles foram suficientes para deixá-las embriagadas, já que ainda estavam pouco acostumadas cm bebidas e já tinham tomando algumas outras coisas pelo caminho. Julia propôs que fossem sentar nos bancos da praça que ficavam de frente do bar, e onde se reunia a maior galera que curtia rock de Osasco. Todas então foram.
Em conversas sem sentidos, dessas que as pessoas falam besteiras para se descontrair e dar risada, Paola olhou para um banco da praça um pouco mais distante e foi então que o viu. Uma bela figura de um rapaz que aparentava ter vinte anos estava solitariamente sentado ali. Sua única companhia era uma taça de vinho, segurada de uma forma bem elegante. Ele vestia uma boina dessas francesas, um longo sobretudo bege. Parecia ter vindo de uma dessas velhas fotografias de filmes franceses. Seu olhar distante dava um ar misterioso que só completava o cenário belo que Paola via.
Ela intrigada em vê-lo sozinho a uma multidão de pessoas, todas acompanhadas, ficou mais curiosa a respeito daquela figura. Naquela época não entendia que as pessoas às vezes precisavam do ar da solidão para refletir e até mesmo encontrarem algum sentido no caos do mar da vida. Ainda não havia conhecido a amargura, tristeza ou problemas parecidos, era apenas uma garota no início das fases de descobertas. Comentou então com suas amigas sobre ele, todas o olharam, mas não viram nada de tão especial quanto Paola vira neles.
-È, ele é bonitinho é só- falou Tamires, a amiga mais velha da turma.
- Não é só isso. Não sei explicar a sensação que tenho ao vê-lo ali.
- Vamos chamá-lo de solitário? – Ligia falava, era a que inventava apelido para todos da turma.
Conversaram apenas instantes sobre ele e logo esqueceram o assunto. Exceto Paola que não conseguia esquecer a cena de quando batera os olhos naquele ser estranho. Um tempo depois, aparecia Recruta, um amigo punck das meninas.
- E ai gurias! Vamos para o fênix? Vai toda a galera para lá!
Elas então aceitaram e decidiram já ir, pois tanto o bar Led, quanto a praça já estavam quase vazios naquele horário. Foi mais uma caminhada de trinta minutos. Chegando ao lugar, alguns preferiram se acomodar na mesa do bar e outros, caso das meninas decidiram pegar umas garrafas de vinho e ficarem sentados na grama do lado de fora. Paola que se encontrava de costas para o bar só notou a presença do seu Estranho Solitário, quando Julia comentou:
- Paola, olha que está vindo ai!
Paola virou na pressa de ver quem era, achando ser algum conhecido tamanha empolgação que Julia deu a dar a noticia, ao se virar, porém deparou com aquela figura de sobretudo e boina novamente na sua frente. Quase jurou que ele vinha em sua direção, mas ao contrário, ele virou um pouco mais para esquerda, sentando na grama a distância de cem metros delas.
A noite ia alta afora e Paola não conseguia deixá-lo de observar um instante. Esse parecia nem notar que alguém o observava e se notava sabia disfarçar muito bem. Uma hora em que ela estava distraída conversando com Joe, um amigo que acabará de chegar Julia gritou:
- Ele olhou para você.
Ela então virou o rosto com rapidez, mas não rápido o bastante para vê-lo a observar. Quando o olhou, o viu contemplando a lua. Não deixou de transparecer frustração em seu rosto. Joe então intrigado com o comentário de Julia e a cara de Paola, perguntou:
- O que esta acontecendo?
- A Paola esta afim daquele menino sentando ali.
- Aquele sentado sozinho?
- È!
- Vou falar com ele! Paola se assustou, tentando o segurar, mas não obteve sucesso. Quando viu que Joe se aproxima de “Solitário”, pegou sua amiga Ligia pelo braço e foi se esconder no banheiro. Uma atitude totalmente infantil, mas que quase normal do comportamento tímido daquela época. Após algum tempo no banheiro, respirou fundo e de lá saiu. Saindo do bar, antes mesmo de atravessar à calçada viu Joe:
- Onde você estava?
-No... no..banheiro! O coração dela estava acelerado, suava frio, sentia uma leve dor na barriga que se contraia. Ansiosa por saber o que Joe falará com ele, e qual foi à resposta.
- Eu disse que você queria conhecê-lo, ele pediu que fosse até lá.
- Não tenho coragem.
- Quer que eu te leve até lá?
- Que... quero.
Joe tomou a mão da amiga e até achou engraçado notar que estavam geladas, sinais de nervosismo. Levou-a até onde o Solitário se encontrava e lá os deixou conversando. Conversaram por horas sobre coisas relacionadas à magia, universo, música, coisas que gostavam que odiavam. Paola acha que ele não queria nada com ela, além de conversar. Ficou um pouco desapontada, sem saber realmente o que esperava. Descobriu que o nome dele era Moisés, gostava de punck rock e classic rock, trabalhava, mexia com magia, era admirador da noite e amante da lua.
Mesmo estando do outro lado da calçada na grama, a música que rolava no fênix, era alto e dava para escutar nitidamente. Foi quando tocou Light My fire do The Door, que ele a olhou por um instante em silêncio, levando sua mão ao rosto dela. Um calor tomou conta de Paola a preenchendo por todo seu corpo. Era a primeira vez, mas tinha certeza que estava apaixonada por aquele ser misterioso a sua frente. Os lábios dos dois foram lentamente se encostando, até se tornar um beijo longo, profundo e calmo. Um beijo que transmitia paz e ao mesmo tempo euforia no coração dos dois.
Ao fim do beijo, Paola sentia se enfraquecida, como se toda sua energia tivesse sido roubada. Mas não era uma sensação ruim e sim algo nunca experimentado antes por ela. Foi assim que tudo começou, esse dia tornou-se o primeiro de um sonho de amor que achou que só existia em filmes, novelas e livros.
Nesse período de romance parecia viver em plena felicidade que nunca acabaria. Já havia passado um ano e três meses daquela primeira noite, e parecia que as coisas só melhoravam para os dois, que faziam planos de se casarem assim que ela atingisse a maioridade.
Em uma das muitas tardes que passavam juntos deitados sobre a cama, se amando e depois tendo longas conversas sobre o sentimento que os dominavam por completo, Moisés em um longo suspiro perguntou:
- Você aceita ser minha noiva?
Paola não acreditava no que ouvia, era um sonho mesmo. Como não aceitar ser noiva da pessoa que a completava? E que quando estavam juntos pareciam ser um único ser?
- Aceito!
Nessa época foi o início das angustias que Paola começou a passar. Pensando melhor em se casar, viu que ainda não conhecia nada sobre a vida e nem tinha curtido, como balada com os amigos, viagens e coisas do gênero. Será que estava mesmo preparada para casar? Não sabia se queria isso. Passou noites acordadas tentando se convencer de que o amor que sentia era mais forte do que viver qualquer outra experiência, mais não conseguia acreditar nas mentiras que inventava para si mesma.
Dias mais tarde percebeu que sua menstruação atrasará. Estava preocupada. Procurou um médio e quase caiu da cadeira, quando ele disse que ela estava realmente grávida. Saiu do consultório desolada. Vagou pelas ruas, sem coragem de voltar para casa.
Após quase um mês, decidiu que não iria adiante com aquele filho. Sentia medo, muito medo. O amor que sentia por Moisés se tornara ódio por algum período, sabia que a culpa não era só dele do que havia acontecido afinal ela também não havia feito nada para se prevenir. Mesmo assim não conseguia controlar a raiva que sentia.
Moisés sabia que ela estava grávida, mas desde que ela dera a notícia notara o comportamento estranho dela. Paola fugia dele o tempo todo inventando desculpas e mais desculpas, quando ele ligava pedia para que sua avó falasse que estava dormindo. E foi assim por um longo tempo, até decidir mesmo que não teria o filho.
Indo contra todos os seus princípios, abortou a criança, encerrando assim uma vida que surgia em seu ventre. Interrompendo o ciclo evolutivo do espírito que adormecido esperava o momento certo de abrir os olhos em forma de criança e conhecer a Vida. No dia do aborto, dormiu o dia inteiro, para tentar esquecer todas as aflições que vivera naqueles dias e que ainda viveria. O pior de tudo era se sentir sozinha e não poder contar para ninguém como se sentia.
Mergulhou em um estado letal de depressão. Escreveu uma carta encerrando seu namoro, e nunca mais o procurou, apesar de saber que ele tinha sido o seu primeiro amor. E de saber que o sentimento por ele, estava apenas adormecido.
Desse dia em diante mergulhou cada vez mais no poço absoluto da depressão, infinda em trevas. Garrafas de bebidas cada vez mais fortes, maços de cigarros, remédios antidepressivos, tudo misturado nas altas madrugadas frias em que andava sem nem um rumo pelas ruas. Nesse tempo conheceu muitas pessoas, algumas preocupadas querendo ajudar, outras que se uniam pelo elo da depressão e juntas fingiam ser felizes vivendo em libertinos momentos.
Mas ao voltar para casa, adormecendo muitas vezes com a própria roupa que usou para sair, jogada em uma cama fria e sem sentimento, que não a aquecia da falta maior, que era a falta de sentimento que cada vez a abandonava mais, nessas horas via que os poucos momentos que sorriu, dando gargalhadas eram apenas de puro desespero e não porque realmente se sentia feliz.
Aos poucos as lembranças foram dispersas e voltou novamente a completar a escuridão do seu quarto. Fazia dois anos que tudo aquilo havia acontecido e simplesmente não conseguia esquecer. Levantou de sua cama, seu corpo quase sem forças para caminhar, vagarosamente caminhou dirigindo-se a porta do quarto, que foi aberta com total cuidado para não fazer barulho. Desceu as escadas com um fantasma que vagava só e errante durante a noite, foi até a cozinha onde ficava a coleção de algumas facas belas. Pegou uma delas que veio de lembrança de Minas Gerais e voltou ao seu quarto.
Acendeu pela primeira vez em tempos a luz e olhou-se no espelho. Embora tivesse um pouco abatida pelas horas erradas de sono, bebidas e outras drogas. Era uma garota bela. Sorriu diante da ironia de se achar bonita no momento que planejava sua morte.
Com a faca na mão cortou um de seus pulsos, vendo uma de suas veias estourarem e jorrar sangue que se espalhava por todo o chão. Antes de executar até o fim seu plano, ligou seu rádio na Kiss FM e para sua surpresa tocava light my fire do the doors. Ela enfraquecida pela falta de sangue cantou baixinho:
- Kamon baby light my fire, fire...
Não conseguindo parar com os soluços de desespero. Com um último suspiro cortou seu outro pulso, e com o resto de suas forças fez cortes por todo o seu corpo como uma insana. Depois de algum tempo de sangramento, sentiu sua visão escurecer até sentir um mal estar e seu corpo cair tombando ao chão. Ainda não se encontrava morta, apenas inconsciente.
2
Samuel como todo vampiro, caminhava nas ruas desertas de Osasco, procurando uma vitima para poder saborear o liquido vermelho que o mantém vivo, imortal por tantos anos. Entrou em uma das travessas da Avenida Novo Osasco, que devia estar mais deserta. Olhou a placa que nomeava o nome da rua, sempre teve essa mania, de saber o nome dos lugares por onde passava. A rua chamava-se Boaventura Valério de Miranda. Foi subindo por ela, até se deparar com uma praça onde alguns garotos estavam sentados conversando. Embora estivesse com fome não queria atacar um grupo e sim uma única pessoa.
Sentou na praça, observando, foi então que sentiu um forte cheiro de sangue vindo da casa que estava do outro lado. Olhou para casa, muitas plantas na garagem, um portão cinza acabado se ser pintado. No andar cima de onde vinha o cheiro, uma janela gradeada. Com seus poderes vampiricos em poucos minutos se encontrava frente à janela flutuando. Os garotos na rua devidamente hipnotizados para continuarem com o que estavam fazendo, sem notar a presença de um estranho voando por ali
Com sua força descomunal, arrancou as grades e arroubou a janela. Se alguém o estivesse observando ficaria surpreso, em notar que nem uma dessas ações fez barulho, tudo em silêncio e sutileza. Ao entrar no quarto deparou com o corpo de Paola caído ao chão. Olhou o quarto da garota, e sentiu o ar de depressão ao redor de tudo ali. Pegou o corpo que estava morrendo aos poucos no colo e o pousou sobre a cama, de lençóis vermelhos. Embora os cortes, e as feições cansadas era uma bela adolescente.
Sua fome o apertava cada vez mais, embora achasse uma crueldade acabar com o último sopro de vida daquela pobre menina, que perderá o rumo das coisas. Normalmente não sentia dó de ninguém, mas ficou deprimido ao ver uma cena tão triste.
Levantou a cabeça dela, afastando o cabelo para o lado. Tocou na pele macia da garota, ela estremeceu, com o contato frio, embora não tivesse consciência do que a fazia sentir frio. Paola estava desacordada, e as reações eram apenas de seu corpo.
Ele ao vê-la estremecer, beijou levemente sua pele, e foi até sua boca. Lentamente beijou seus cortes tentando sorver um pouco do sangue restava por ali. Pousou então seus dentes afiados no jugular e deu a ela seu beijo de morte.
Ao terminar de saciar sua sede, já se encontrava na janela, pronto a ir embora, quando voltou sentando na cama onde se encontrava Paola. Umas perguntas percorriam rápido sua mente. Será que daria tempo de salvá-la? Será que ela queria ser salva? Olhou no relógio do garfild em cima da estante, os ponteiros anunciavam 04h49min, logo amanheceria e ele não teria tempo de fazer o que planejava. A não ser que... Seria loucura, mais resolveu arriscar, jogou seu sobretudo sobre o corpo da garota e voou com ela para seu esconderijo.
Lá chegando, tratou de cortar seu pulso e deixar algumas gotas de sangue cair sobre os lábios de Paola. Sabia que já era tarde para ela por si própria conseguir absorver o sangue que lhe davam. Aos poucos o corpo dela estremecia, tendo reações. Ele então encostou seu pulso aos lábios dela que sugou o máximo de sangue que pode, até arrancarem o alimento de perto.
Samuel queria vê-la acordar, mas o dia amanheceu e seu sono de transe tomou conta, sem que ele pudesse lutar. Fechou os olhos então e dormiu o sono dos malditos.
3
Mais uma noite caia, imperando escuridão pelas cidades. Samuel abriu os olhos, correndo- o em direção onde deixará Paola ontem. Ela ainda dormia, ele resolveu alimentá-la novamente, fazendo o mesmo processo da noite anterior.
Paola abriu os olhos e para sua surpresa um homem desconhecido a olhava. Não sabia por que mais sorriu para ele, que ficou espantado com o belo sorriso dela. Não entendia como alguém que tentou acabar com a vida, em um último e avançado sinal de depressão conseguia sorrir lindamente daquela maneira.
-Despertou bela adormecida!
- Onde estou?
- Você lembra alguma coisa que aconteceu ontem?
- Lembro de ter dado fim a minha vida, e um anjo ter me buscado. Sabia ser um anjo, pois quando abri meus olhos estava sendo carregada no colo por ele, voando por entre a cidade.
-Você não morreu!
- Como? Ainda estou viva? Aliás, quem é você?
O sorriso no rosto de Paola diminuiu ao saber que sua tentativa fora frustrante. Ela olhou em seu corpo, mais não tinha nenhuma ferida dos cortes feitos na noite passada. Será que ela estava ontem por algum efeito de droga? Acabará sonhando com seu suicídio? E quem era aquele cara na sua frente?
Samuel ao ler os pensamentos delas, riu:
- Garota curiosa você, quantas perguntas fez e quantas outras quer fazer. Irei te responder. Primeiro meu nome é Samuel, mais pode me chamar de Samy e o seu?
- Paola!
- Paola você acredita em vampiros?
- Sou viciada em livros, filmes, mas não acredito que eles possam existir.
- E se eu dissesse que eles existem?
-Diria que você é um lunático!
Samuel respirou fundo, e cortou um pedaço seus lábios com suas próprias presas. Paola ao ver o sangue não se conteve, correu em sua direção o dando um longo beijo, ardente e ao mesmo tempo doloroso, já que o intuito era saborear o vermelho líquido que escorria da boca dele. Ele com sutileza a afastou de si:
- E agora acredita em vampiros?
- O que está acontecendo?
- Te encontrei quase morta ontem anjo. Queria apenas saciar minha sede mais resolvi trazê-la comigo e te trazer do mundo dos mortos. Agora é uma vampira.
- Uma vampira? Vida eterna? Se tudo o que eu queria era deixar de viver! Filho da puta, por que não me deixou morrer?
Paola o socava descontrolada, ele firmemente segurou seus braços e a olhou. Ela olhou tão profundamente para aqueles olhos verdes a sua frente, que se acalmou. Num impulso o abraçou. Há quanto tempo não sentia o calor de um verdadeiro abraço? Samuel a beijou mais uma vez:
- Você tem a escolha de me deixar ou seguir comigo. Ensinarei-te os cuidados que deverá tomar e como ser uma vampira.
- Irei com você.
Os dois se deram as mãos. Talvez ainda não se amassem, mas no fundo os dois eram iguais, ligados pelas trevas. Ela já havia mergulhado nesse mundo desde o dia que deixou a depressão tomar conta e ele desde o dia que receberá o abraço mortal.
Juntos seriam luz, uma ponta de luz na escuridão.
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Parabéns e viva o Led Rock Bar (que não existe mais, mas tem outro bar no mesmo local que também é bacana). Cenário também marcou muitas histórias, boas, pesadas, ruins, sensacionais, delirantes... kkkkk
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