domingo, 13 de julho de 2014

O mármore por Camila Bernardini

O Mármore



Eu te ouço chorar tão longe daqui
Eu enxuguei suas lágrimas como se você estivesse ao meu lado
Mas eu sei, ainda não está
Meus ombros estão molhados mesmo assim
Minhas orações inúteis não estão bastando para curar
As velhas feridas tão profundas e tão queridas
A revelação é odiosa e medonha
E a crua realidade nos mata pouco a pouco
Você é meu sacramento
O sacramento do amor
Meu corpo esta mutilado
Diante o mármore do Sacrifício
Não há sangue, não há vida
Não há mais brilho em meus olhos
Fostes e levastes minha seiva
Junto ao meu frágil coração
Apenas o mármore acolherá minhas lágrimas
Escorrendo de meus olhos carmesins
O que restarás então
Se minha manhã não tem mais o mesmo brilho
A distancia é uma serpente entre nós
Que rasteja e nos separa pouco a pouco
Ouço seu pulso e sua respiração
Seu sussurro ao cair do dia
Eu necessito tocar seu corpo
Como necessito do ar que respiro

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