Sophie
caminhava por entre as árvores daquele bosque, talvez pela última vez. Tudo que
conheceu estava dentro daquele lugar. A magia, os segredos do universo, a
beleza da natureza. Ela era uma fada de um povo antigo que há muito vivia por
ali. Sempre foi feliz com seu povo, seus conhecimentos e os mistérios. Mas tudo
havia mudado na sua vida havia algumas horas. Cansada de caminhar escolheu uma
árvore baixa, que florescia, pois era tempo de primavera, e sentou em um dos
galhos. Deixou que sua vida passasse diante dos seus olhos, enquanto lágrimas
corriam por seu rosto. Os olhos, talvez, inchados e vermelhos de tanto
chorar. Lembrou novamente como foi o inicio
dessa noite e os motivos que faziam seu pranto cair sem cessar...
As fadas eram divididas por famílias,
cada encarregada de uma parte do bosque. Alguns mantinham os humanos longes,
outros estudavam sobre os segredos dos mundos místicos. A família de Sophie era como se fosse da
realeza e admistravam tudo. E quando Sophie nasceu ficaram felizes, pois seria
criada para ser a nova rainha do povoado. Dando assim continuidade a tudo que
os pais fizeram. Ela cresceu e se tornou
uma bela fada. Seus cabelos longos e lisos, negros como o manto da noite, sua pele
alva, olhos verdes. Era esbelta, e quando abria suas asas coloridas para voar
todos ficavam de boca aberta. Sua áurea emanava tanta energia, que suas asas
soltavam luzes coloridas, deixando rastros das mesmas por onde quer que ela voe.
Sophia além de sua beleza encantadora era gentil e doce com todos ao seu redor.
Todos
os dias após anoitecer, a pequena Sophia gostava de caminhar até um dos lagos
do bosque e ficar por horas sentadas por ali. Muitas vezes refletindo, ou
levando um dos livros antigos do seu povo, para estudar e conhecer mais das
tradições. Essa noite ela como sempre caminhou até seu local preferido, escolheu
um lugar para sentar, e por alguns segundos, olhou sua imagem refletida no
lago. Olhou de volta para o céu onde resplandecia uma lua cheia. A lua era
outra de suas paixões, tanta beleza... Tanto fascínio e tanta magia. Fechou
seus olhos, inspirando o ar da noite e sentindo a brisa leve e morna que
acariciava seu rosto. As sensações a
invadiam de forma plena e começou a se sentir renovada e tranquila. Abriu suas
asas e sentia que as pequenas luzes já brilhavam por ela. Um sorriso brotou de seus lábios. Era tão bom
viver daquela forma. Sem humanos por
perto, ou outras criaturas terríveis.
A fada estava assim distraída,
somente se entregando as sensações daquele momento. Quando sentiu um farfalhar
de folhas e um leve movimento atrás de si. Com cautela, levantou do lugar onde
estava e olhou tudo ao redor. Há uma
árvore distante via um semblante parado. Não conseguia enxergar muita coisa, somente
dois pares de luzes vermelhas... No
lugar onde pareciam ser os olhos. Lembrou então tudo que ouvira sobre os
vampiros, criaturas que tinham vindo do próprio inferno para amaldiçoar tudo que
pudesse na terra, de um sobressalto ia começar a correr. Porém de forma ágil, o semblante chegou à
frente dela e a segurou pelos braços. Sophie conteve um grito, pois não queria demonstrar
medo, aquelas criaturas farejavam e sentiam prazer no medo. E ela não queria
dar esse luxo aquilo... aquilo sim, pois não podia definir de outra forma
aquele ser.
-Calma pequena, não fuja de mim.
A fada o encarou e percebeu que
os olhos dele não estavam mais parecendo como duas brasas prestes a entrar em
chama. O vampiro tinha cabelos ruivos, olhos verdes, e sua pele excessivamente
pálida dava um contraste e tanto com o vermelho do cabelo. Parecia um menino de
no máximo uns vinte e dois anos. Ele era belo. Sophia tentou afastar os pensamentos
e de forma ríspida perguntou:
-O que quer?
- Eu venho observando você todas
as noites, e fico encantado com sua natureza de luz, adoro as noites que como
essa você abre suas asas e deixa as luzes coloridas dançando ao seu redor. Peço
desculpas se não me apresentei antes, mas tive medo de me aproximar e te assustar.
O coração da pequena fada
acelerou e um frio que nunca havia sentido antes na barriga, se esparramava
sobre ela. Aquele vampiro tinha dito que a observava todas as noites, somente
para admirar sua beleza. Como alguém como diziam vindos do próprio inferno
poderia parar para admirar belezas? Ou será que era tudo mentira e uma forma
traiçoeira dele enganá-la? Não sabia
responder essas perguntas e seus pensamentos estavam nublados, por inesperadamente
o vampiro á sua frente. O beijo foi longo e pausado. A fada tinha urgência, mas
ele agia com cautela.
Quando finalmente os lábios se
separaram, ele disse:
- Você não entende minha pequena
fada. Eu a amo tanto. Sua luz, energia e beleza me deixam extasiado. Mas devido
a minha maldição, só posso admirá-la de longe. Não quero de forma alguma te
machucar.
Sophie que sentia urgência no
que sentia e já com vontade de beijá-lo novamente disse:
- Eu não entendo...
- Você é doce minha pequena
fada, mas quando te beijei, embora me sinta maravilhado com isso, minha
natureza me chama, e sinto vontade de te morder. Drenar um pouco dessa vida tão
linda que você possui. Sou um monstro.
-Não, você não é! Só me beije
mais uma vez, me deixe sentir... Eu ofereço meu pescoço a ti. Mas antes me
deixe saber, qual seu nome?
- Meu nome é Israel minha doce
fada.
Os dois então se beijaram
novamente, mas dessa vez com mais urgência, uma vontade maior de aproximar os
corpos. Israel acariciava o pescoço de sua fada e não mais resistindo á sua
natureza, interrompeu o beijo, cravando seus dentes pontiagudos no pescoço
dela. Provaria somente um pouco do sangue de sua amada.
Cassius caminhava pelo bosque a
procura de Sophie, levaria ela até a assembleia que acontecia aquela noite onde
a família dela e a dele se uniriam, propondo casamento entre os dois, unificando
assim de uma vez por todas o reino ao povo das fadas naquele lugar. Assustou-se
quando ao chegar próximo ao lago percebeu que sua fada estava nos braços de um
vampiro. Gritou assustado, e nisso
apareceu alguns outros cavaleiros do seu povo pela floresta vendo a cena. Logo
todos partiram para cima do vampiro que não tentava se defender. Sophie gritava para que parassem, mas eles
não davam ouvidos a ela.
Cassius mandou que os outros
homens que já haviam conseguido acorrentar o vampiro com correntes de pratas, tudo
que o povo das fadas usava de uma forma ou outra era revestida desse metal, levarem-no
para a pequena masmorra que guardavam. Enquanto ele corria de volta para a assembleia,
com Sophie ao seu encalço. Quando chegou
ao pequeno local onde acontecia a reunião, muitas fadas o olhavam de forma
curiosa:
- Meu povo um dos seres malditos
entrou no nosso bosque e quase amaldiçoou um de nós com suas pragas.
Gondo o velho sábio, perguntou:
-Mas quem?
- Sua filha Sophie!
- Como ele se atreve? Onde ele está?
- Preso senhor
- Assim que amanhecer leve ele
para a luz do sol, isso será suficiente para acabar com a raça dele.
-Nãoooo papai – gritou Sophie-
ele é bom!
-Filha vá descansar que você
ainda está em choque e sobre os poderes hipnóticos dele.
Sophie então se retirou do local
e caminhou até escolher aquela pequena árvore e seu galho para sentar e
refletir.
gostei demais , me fez viajar com Sophie .
ResponderExcluirParabéns !
Que lindo blog, amei!
ResponderExcluirque encanto querida poetisa
ResponderExcluir